Há pelo menos 10 dias vários focos de incêndio foram detectados no interior de São Paulo, próximo à divisa com Minas Gerais. O fogo atingiu as cidades de Águas de Prata, São João da Boa Vista e Vargem Grande do Sul, destruindo a vegetação, metade do Parque Estadual de Águas da Prata (área de preservação de Mata Atlântica), fazendas e se aproximando de casas.
Nesta quarta-feira, 16, o Corpo de Bombeiros local afirmou que ainda há focos de fumaça em Águas da Prata e Vargem Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil estadual, a maioria das áreas que pegaram fogo são utilizadas para cultivo de gado e eucalipto.
A maior das queimadas que atingiu a região levou uma semana para ser controlada devido a falta de chuva, que já completa 20 dias e deve permanecer assim até o fim do mês.
Águas da Prata
No domingo, 13, o fogo atingiu o parque estadual conhecido como "bosque" e algumas fazendas da cidade. As chamas se aproximaram de áreas residenciais, obrigando 4 famílias a se retirarem de suas casas. No Twitter, um usuário publicou um vídeo do incêndio no parque:
Nas redes sociais, moradores da região relatam ter dificuldades para respirar e um grande incômodo com o cheiro de fumaça. Eles pedem ajuda e alegam que o governo não envia recursos para enfrentar os incêndios.
Queimadas
De acordo com o capitão da coordenadoria da Defesa Civil de São Paulo, Rafael Marques, os incêndios em coberturas vegetais na região sempre aconteceram. Para ele, o que colabora para que o fogo se espalhe é a baixa humidade do ar e a vegetação seca combinadas a focos de incêncio provocados por ação humana.
As equipes que trabalham no combate as chamas se preocupam com incêndios provocados, não iniciados de forma espontânea. Marques aponta que na última terça-feira, 15, uma queimada com este perfil teve início em uma pastagem.
"Nós tínhamos ali o que a gente chama de linha de fogo, um traçado bem desenhado do fogo, no limite da pastagem. Isso é característica de mapeamento de fogo para limpeza de terreno. Logicamente, aquilo não fica restrito à pastagem, acaba avançando para área de preservação, de cultivo e a gente se depara com a situação que estamos vivendo hoje" , disse Rafael em entrevista para a Folha de S.Paulo.