Em uma palestra na 25ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25), em Madri, sobre o papel dos jovens no combate às mudanças climáticas, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu desculpas à ativista sueca Greta Thunberg , de 16 anos, que foi chamada de "pirralha" nesta terça-feira (10) pelo presidente Jair Bolsonaro.
"É uma satisfação ver esse diálogo entre gerações de idosos, adultos, adolescentes, crianças e jovens", disse Marina Silva . "E eu queria iniciar fazendo um pedido de desculpas à Greta em nome de meu país, o Brasil. Pela forma como o presidente Bolsonaro desrespeitosamente e agressivamente se dirigiu a ela, chamando-a de pirralha, porque ela se solidarizou com os índios que foram assassinados no Brasil", acrescentou a ex-ministra.
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Greta foi ofendida por Bolsonaro quando jornalistas lhe perguntaram, na saída do Palácio da Alvorada, se ele estava preocupado com a morte de indígenas da etnia Guajajara no último sábado. Greta denunciou o ataque nas redes sociais no fim de semana, atribuindo-o às tentativas da população nativa de defender o seu território contra o desmatamento ilegal.
"Como é, índio? Qual o nome daquela menina lá? Aquela Tábata, não. Como é? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estão defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Uma pirralha", disse o presidente, nesta terça-feira.
Em resposta ao insulto de Bolsonaro, Greta mudou a descrição de seu perfil nas redes sociais , apresentando-se apenas como "pirralha". Nesta quarta, a jovem foi eleita a Personalidade do Ano pela revista Time . Bolsonaro também concorria ao título.