Agência Brasil

Mancha de óleo no sul da Bahia
DIVULGACAO/REPRODUÇÃO
Grande mancha de óleo foi descoberta por pesquisadores da UFRJ

O comandante da Marinha almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior disse nesta quarta-feira (30) que não há confirmação da existência de uma suposta mancha de óleo em direção ao sul da Bahia. De acordo com Ilques, após a informação de que imagens de satélite teriam identificado uma mancha de óleo, aeronaves da Força Aérea Brasileira e navios foram deslocados para a região para verificar a informação, mas o resultado foi negativo.

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“Até o momento ela [a mancha] não foi confirmada. Não quer dizer que não exista, estamos buscando com maior atenção, mas até o momento ela não foi confirmada”, disse Ilques após reunião com o presidente em exercício Hamilton Mourão para atualizar as ações desenvolvidas para conter o desastre.

As imagens citadas pelo comandante foram captadas por um satélite da Agência Espacial Europeia e analisadas por pesquisadores brasileiros do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com o comandante, como o óleo fica submerso há dificuldade em identificar as manchas. Ilques disse que houve uma intensificação nas ações de monitoramento e contenção das manchas, mas que ainda precisam ser aprimoradas.

“O monitoramento está funcionando, mas tem sempre que ser aprimorado. É uma característica do óleo que ele vem sempre submerso, como foi apontado por nós [da Marinha] e ratificado pela UFRJ, é muito difícil de localizar”, disse. “Como é um acidente inédito, não existe protocolo específico e, nesse caso, queremos cumprir o melhor possível as rotinas de monitoramento e contenção”, acrescentou.

Até o momento, o óleo já atingiu 254 localidades dos nove estados da região Nordeste. Ontem, manchas de óleo foram encontradas nas cidade de Canavieiras, Belmonte e Santa Cruz Cabrália, que ficam no sul da Bahia, dentro da chamada região do arquipélago de Abrolhos, importante área de reprodução da biodiversidade da vida marinha.

Questionado se o óleo poderia chegar até Abrolhos, o comandante não descartou a possibilidade, mas disse que foi intensificado o monitoramento na área do entorno do arquipélago. A Marinha deslocou uma fragata equipada com um helicóptero para ampliar a área de monitoramento.

“Estamos com essa possibilidade. Eu não posso afiançar que ela [mancha] não chegará a Abrolhos, mas o que eu posso afiançar é que estamos fazendo o máximo possível para não chegar a Abrolhos”, disse.

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Investigação

O comandante disse ainda que a investigação sobre os responsáveis pelo vazamento de óleo restringiu o número de embarcações apontadas como suspeitas pelo derramamento. Antes eram 30 navios investigados, agora a Marinha trabalha com 10 embarcações.

“Já estamos em 10 navios, estamos sintetizando a busca para chegarmos aquele [responsável]. Nesse momento são de 11 bandeiras, tem um navio que pode ser que tenha dupla bandeira”, disse.

Perguntado se a Marinha trabalha com a possibilidade de o vazamento ter sido causado por um navio dark ship , Ilques disse que nenhuma linha está descartada. Também chamados de navios fantasmas, os dark ships são embarcações que navegam em águas internacionais sem o sistema AIS (Automatic Identification Sistem, em inglês) desligado. O sistema é um tipo de transponder que identifica constantemente a localização e o rumo da embarcação.

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“Nenhuma linha de investigação está abandonada. Não se pode dizer se essa linha foi abandonada ou não. Estamos com um amplo espectro e uma probabilidade é ser um navio mercante que passou pela nossa costa”, disse.

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