Um grupo de pesquisadores da UFRJ encontrou uma mancha de óleo de 200 km² próxima ao sul da Bahia . A descoberta foi possível por meio da análise de uma imagem de radar, gerada por um satélite da Agência Espacial Europeia e emitida às 11h da manhã do dia 28 de outubro. Esta é a primeira vez o que o óleo é observado na superfície do mar e não nas praias.
Leia também: Carlos rebate pai Jair e diz que não publicou vídeo de hienas: "ele mesmo o fez"
"O radar é muito sensível a ver rugosidade e lisura. O óleo é muito liso em comparação com a água do mar, que tem ondulações. Onde tem óleo, a água fica muito lisa. Esta é uma técnica consagrada para verificar se existe mancha de óleo", explica José Carlos Seoane, professor do departamento de geologia da UFRJ e especialista em sensoriamento.
De acordo com Seoane , os danos que podem ser causados por esta mancha são “gigantescos”. No momento em que a imagem do radar foi gerada, o óleo estava a 50 km de distância da costa . Segundo a avaliação do especialista, é difícil que o material chegue ao Rio de Janeiro , pois provavelmente vai encontrar a linha da costa baiana antes, mas “nada impede que outras venham a chegar ao Rio”.
"Esta é sim uma ameaça a Abrolhos e ao continente. Estamos esperançosos que, neste curto tempo de aviso que demos, a mancha possa ser contida costa afora, pelos navios da Marinha ou de quem puder ajudar neste serviço", afirmou.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Renováveis ( Ibama ) , até esta terça-feira, 268 pontos foram atingidos pelo petróleo desde a primeira mancha identificada pelas autoridades brasileiras, em 30 de agosto. Ao todo, 94 municípios espalhados por todos os nove estados nordestinos foram afetados.
Leia também: Caso Marielle: Bolsonaro nega relação com suspeito e acusa Witzel de vazar dados
Segundo a publicação, dos 268 localidades contaminadas, 153 apresentam vestígios e 98 não voltaram a observar manchas de óleo . O petróleo já chegou à fronteira Norte da região de Abrolhos, na Bahia. Pescadores têm utilizado redes para remover manchas antes de chegarem às praias. O vazamento completará dois meses na próxima quarta-feira e, conforme mostrou o Globo, os impactos ambientais e financeiros são sentidos em diversas regiões do Nordeste. A atuação do governo federal tem sido criticada por várias frentes.