Menos de uma semana depois de anunciar a extinção de uma área de reserva na Amazônia e em meio a muitas críticas públicas, o governo do presidente Michel Temer recuou e decidiu publicar um novo texto sobre o assunto, segundo afirmou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, nesta segunda-feira (28).
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De acordo com o ministro, houve receio de que acontecesse um "desmatamento desenfreado" na região da Amazônia
, depois de dizer que a pasta não participou da edição do primeiro decreto. "Seria um desserviço à politica ambiental se não fizéssemos um novo decreto para deixar nítido para as pessoas que esse decreto não iria afrouxar regras ambientais nem interferir nas unidades de conservação", disse.
Sarney Filho, que reforçou que não teria participado da formulação do primeiro texto, junto do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmaram hoje que o governo irá revogar o decreto assinado na semana passada, e também prometeram um novo documento para detalhar as mudanças. A área de reserva é conhecida como Renca (Reserva Nacional de Cobre e seus Associados).
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O ministro do Meio Ambiente explicou que o novo decreto – que deve ser publicado ainda nesta segunda-feira – manterá a extinção da Renca
, mas vai trazer "um vigor muito maior", garantindo a preservação das unidades de conservação. Vale lembrar que a área tem potencial para exploração de ouro e outros minerais, entre os quais ferro, manganês e tântalo.
"O novo decreto colocará ponto por ponto de como deverá ser agora após a extinção da Renca, preservando as questões ambientais, indígenas, sejam elas reservas estaduais ou federais. A mineração só irá ocorrer dentro da legislação ambiental em vigor", completou Fernando Coelho Filho.
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Michel Temer publicou um decreto, na última quarta (23), que extinguia a Renca, e ainda permitia a exploração mineral
na região.
#Todos pela Amazônia
Milhares de brasileiros demonstraram seu repúdio ao decreto assinado pelo presidente da República na última quarta-feira por meio das redes sociais. A hashtag " Todos pela Amazônia
" estava entre os tópicos mais falados no Twitter hoje. Vários artistas também reclamaram a decisão de Michel Temer, tais como Caetano Veloso, Anitta e Gisele Bündchen.