Após mais de um ano de protestos, a Nasa , a agência espacial americana, decidiu manter o nome do telescópio espacial James Webb. Ao nomear o equipamento astronômico, a Nasa homenageou o astrofísico James Webb , que era assumidamente homofóbico . Durante as décadas de 1950 e 1960, Webb participou de perseguições contra a comunidade LGBTQIA+ nos Estados Unidos, em episódio que ficou conhecido como Lavender Scare (Susto de Lavanda).
O astrofísico, que também é ex-militar e burocrata, teve passagens importantes pelo Escritório de Orçamento e pelo Departamento de Estado, antes de se tornar o administrador da Nasa, em 1961. Nessa função, ele deixou um legado importante e foi o principal responsável por levar humanos à Lua no programa Apollo.
As manifestações de repúdio em relação ao nome do telescópio começaram em março de 2021. Naquele mês, quatro pesquisadores, Chanda Prescod-Weinstein, Sarah Tuttle, Lucianne Walkowicz e Brian Nord, escreveram um artigo na revista Scientific American afrimando que Webb havia dado suporte a políticas governamentais homofóbicas nos anos 1950. Após a publicação do artigo, foi criado um abaixo-assinado pela renomeação.
"Os registros claramente mostram que Webb planejou e participou de reuniões em que entregou material homofóbico", escreveram os autores no artigo.
"Não há registro de que tenha escolhido defender a humanidade daqueles sendo perseguidos. Como alguém na gestão, Webb tinha responsabilidade por políticas praticadas sob sua liderança, incluindo as homofóbicas que estavam em voga quando ele se tornou administrador da Nasa", completaram.
A decisão de batizar o novo telescópio com o nome de James Webb foi tomada pela Nasa em 2002, quando o equipamento começou a ser construído. Ao contrário do que normalmente acontece, não houve consulta à comunidade astronômica para decidir o nome do equipamento.
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