O Amazônia-1 , primeiro satélite "100% brasileiro" , opera normalmente e iniciou nesta quarta-feira o envio das primeiras imagens ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O equipamento foi lançado ao espaço na madrugada de domingo , e a operação segue como prevista, informou o Inpe.
Segundo o diretor do instituto, Clézio de Nardin, o satélite está em órbita sem apresentar nenhum problema. A confirmação foi feita após uma empresa de rastreamento de satélites indicar irregularidades no sinal do Amazônia-1.
"Não é fato que ele está descontrolado. O lançamento do satélite foi um sucesso. Não há registro de qualquer intercorrência", disse ele ao G1. Apesar de ter enviado do espaço as primeiras imagens ao Inpe nesta quarta-feira, o Amazônia-1 segue em fase de testes, que devem ser concluídos no dia 15 de março. Somente depois disso, o Inpe terá a primeira imagem oficial feita pelo satélite.
"É uma fase de testes, estamos testando todos os subsistemas do satélite. Bateria, painéis, câmera, liga e desliga, inclusive umas manobras para colocá-lo em sua órbita precisa. Essa fase inicial leva até o dia 15 de março, então teremos a primeira imagem definitiva, oficial do Inpe", explicou Nardin ao G1.
O Amazônia-1 foi lançado ao espaço às 1h54 de domingo (horário de Brasília) no Satish Dhawan Space Centre, em Sriharikota, na Índia. Com investimento estimado em cerca de R$ 400 milhões, o equipamento foi o primeiro projetado, integrado, testado e operado exclusivamente pelo Brasil, e vai se juntar à família Cbers, os satélites de sensoriamento remoto feitos em parceria com a China.
O satélite integra a Missão Amazônia, criada para fornecer dados sobre sensoriamento remoto para monitorar o desmatamento dos biomas brasileiros, sobretudo a floresta amazônica. Com 6 quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o equipamento é capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 km, com 64 metros de resolução.
Um satélite com tecnologia totalmente nacional é um sonho antigo do governo federal e começou a ser idealizado em 2009 pelo Inpe, com a esperança que o Brasil pudesse reduzir sua dependência de imagens de satélites estrangeiros já em 2011, data prevista de seu primeiro lançamento. Porém, seu desenvolvimento demorou mais do que o inicialmente previsto.