O novo acelerador de partículas brasileiro foi inaugurado nesta quarta-feira (14), em Campinas. Nomeado como Sirius, a tecnologia mantém a expectativa de ser a mais avançada fonte de síncrotron do mundo, quando finalizada.
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Essa foi a primeira etapa do Projeto que promete construir uma estrutura moderna capaz de analisar diferentes materiais em escalas de átomos e moléculas, em alta resolução. O acelerador de partículas pode ser ponto-chave para a evolução de pesquisas brasileiras e internacionais em diversos setores, como o de saúde, o agrícola e de exploração do petróleo.
Comparado a um disco voador, se visto de cima, todo o edifício que abriga o Sirius foi inaugurado, assim como dois dos três aceleradores de partículas que estão previstos no projeto. A conclusão está prevista para 2020, mas os pesquisadores já iniciam seus trabalhos no laboratório no segundo semestre do ano que vem.
A previsão é de que o laboratório, que possui 15 mil metros de altura e ocupa 68 mil m² custe, ao final, um total de R$ 1,8 bilhão, sendo que já foram aplicados cerca de R$1,3 bilhão no projeto. Apesar do alto custo, 85% da tecnologia usada foi obtida no Brasil.
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De acordo com o coordenador do Projeto Sirius e diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, Antônio José Roque, o laboratório estará aberto aos pesquisadores, com o objetivo de evolução das pesquisas na produção de petróleo e gás.
Além de poder baratear os custos e aumentar a produção nas áreas do pré-sal, as pesquisas que serão feitas no laboratório poderão ajudar a desenvolver tratamento para doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson; elaborar baterias com maior duração e melhorar o aproveitamento de insumos e controle de pragas.
Na inauguração, esteve presente o presidente da República, Michel Temer, que reforçou a importância da base para a evolução mundial da área de pesquisa científica e a identificação do Brasil como símbolo de exemplo para os demais países.
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“Sempre se diz que o Brasil é o país do futuro. Com esse projeto, pode-se dizer que o futuro chegou. Essa máquina é motivo de orgulho. Ela engrandece a ciência nacional”, disse o presidente.
Esse não é o primeiro acelerador de partículas construído no Brasil. Em 1997 foi inaugurado o antigo acelerador de partículas, cinco vezes menor que o recém-inaugurado e já considerado ultrapassado. Entre as demais bases construídas no mundo, somente a Suécia possui um acelerador da mesma geração que o Sirius.