Os dois filhotes, Isabel e Victor, são fruto de uma inseminação artificial e estão perfeitamente saudáveis
Reprodução/Universidade de Pretória
Os dois filhotes, Isabel e Victor, são fruto de uma inseminação artificial e estão perfeitamente saudáveis

Pela primeira vez na história, filhotes de leão nasceram frutos de uma inseminação artificial. Segundo informações do portal Daily Mail , os pequenos, um macho e uma fêmea, nasceram na África do Sul e podem ser o primeiro passo para garantir a sobrevivência de grandes felinos ameaçados de extinção.

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Um grupo da Universidade de Pretória foi o responsável pela pesquisa e inseminação artificial da leoa, que mora do Centro de Conservação e Reserva de Caça Ukutula. O processo aconteceu em meados de maio, e pouco mais de três meses depois, os filhotes nasceram saudáveis.

“Existem ameaças tremendas para a vida animal devido a perda de habitat e outras pressões criadas por atividades humanas, que também afetam os grandes felinos”, explicou o professor Andre Ganswindt, do Instituto de Pesquisa de Mamíferos da Universidade de Pretória.

“É por isso que existe um número de espécies listadas como vulneráveis ou ameaças, mas essa pesquisa pode ser usada como base para outras espécies felinas ameaçadas”, disse à imprensa. Uma delas é o leopardo-das-neves.

Ele ainda detalhou que o estudo foi pensado como uma “medida preventiva” para garantir tecnologias de inseminação antes dos animais entrarem em estado crítico de ameaça de extinção. “Para ter a oportunidade de estabilizar as populações até com inseminações, você precisa desenvolver técnicas muito antes disso ser necessário”.

Isso explica a escolha dos leões para o estudo inédito, principalmente na África do Sul , onde a população dos felinos é estável e permite que as técnicas desenvolvidas para os seus animais sejam, mais tarde, aplicadas em outras espécies.

Isabel Callealta, líder do estudo, explicou que os próximos passos do trabalho consistem em continuar procurando os protocolos certos para os grandes felinos. “Agora começamos uma jornada, a ideia é melhorar o conhecimento e entendimento desses animais e evoluir rapidamente com a pesquisa”, anunciou.

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Os primeiros filhotes de leão frutos de inseminação artificial

Os mais novos filhotes podem ajudar, por meio do desenvolvimento de técnicas de inseminação artificial, a salvar  felinos
Reprodução/Universidade de Pretória
Os mais novos filhotes podem ajudar, por meio do desenvolvimento de técnicas de inseminação artificial, a salvar felinos

Segundo o dono do Centro Ukutula, Willi Jacobs, leoas costumam parir de um a quatro filhotes, então, o nascimento de dois é um fato normal para a espécie.

“Os dois são filhotes absolutamente saudáveis, de toda a maneira, e decidimos homenagear a pesquisadora Isabel dando seu nome à filhote fêmea, e nomeando o macho de Victor, seu marido”, disse.

Os novos leões serão apresentados aos outros da mesma espécie que vivem no centro, contudo, isso ainda deve demorar algum tempo para acontecer, já que ambos ainda são muito novos.

A parceria entre Ukutula e a Universidade de Pretória começou no ano passado, quando, junto de pesquisadores internacionais, foi criado um laboratório e banco de amostras animais. "Essa pesquisa, por mais que tenha sido feita com uma leoa , irá beneficiar as espécies ameaçadas", ressaltou Jacobs.

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Há menos de quatro mil tigres selvagens na Ásia, por exemplo, e menos de sete mil leopardos-das-neves nas montanhas da Ásia Central, além de um quadro ainda mais preocupante quanto aos linces ibéricos, cuja população é de apenas 300, na Espanha. Com as técnicas de  inseminação artificial , essa situação poderá ser controlada a longo prazo.

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