Rinoceronte-branco do norte, Sudan, faleceu no mês de março aos 45 anos;apenas duas fêmeas da espécie estão vivas
Reprodução/Facebook Ol Pejeta
Rinoceronte-branco do norte, Sudan, faleceu no mês de março aos 45 anos;apenas duas fêmeas da espécie estão vivas

Após a morte do último rinoceronte-branco do norte macho, Sudan, no Quênia em março deste ano, os biólogos geraram alerta sobre a extinção da espécie. Entretanto, especialistas buscam alternativas para lutar contra desaparecimento desses animais, criando iniciativas de reprodução por meio de células congeladas, o que pode gerar uma população fortemente endogâmica.

De acordo com o Instituto de Conservação  do Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, há somente duas fêmeas de  rinoceronte-branco do norte vivas. Para eles, elas ainda poderiam preservar a existência da espécie, se reproduzindo com rinocerontes-brancos do sul. Porém, os veterinários da reserva onde vivem, no Quênia, informaram que ambas estão com idades muito avançadas para tal processo, o que gerou novos desafios.

Agora, especialistas estudam outros métodos de reprodução, sendo o de fertilização in vitro (FIV) o que se mostra mais eficaz.

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O principal autor do estudo, Tate Tunstall, expôs que o rinoceronte-branco do sul passou por um grave "funil genético", mas que, recentemente, a espécie tem se mostrado resistente a mudanças climáticas e aos ataques de caçadores que rondam por todo o continente africano. “Podemos aumentar essa população também ameaçada. Um pequeno estoque de esperma congelado para realizar a fertilização nas fêmeas sobreviventes pode salvá-los da extinção”.

Como salvar o rinoceronte-branco da extinção

A equipe estima que nove linhas celulares congeladas, retiradas de rinocerontes mortos, podem se transformar em óvulos e espermatozoides para tratamentos de fertilização in vitro

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Por meio de um experimento, os estudiosos sequenciaram o genoma completo dessas linhas celulares, que representam oito rinocerontes-brancos do norte, e as compararam com os da espécie do sul, comprovando a teoria de longa data de que os dois grupos são subespécies e não espécies distintas.

Os cientistas também identificaram uma diversidade genética saudável em suas amostras, o que tornou as previsões acerca da fertilização in vitro e até mesmo da clonagem mais otimistas. “Transformaremos essas células em animais”, disse o co-autor do estudo, Oliver Ryder, ao The New York Times .

Alguns especialistas acreditam que o trabalho pode ser usado para ajudar outras espécies ameaçadas, enquanto outros conservacionistas afirmam que o foco deve permanecer nos rinocerontes , incluindo os de Java e Sumatra, que sofrem com a caça furtiva e a invasão humana em seus habitats.

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"Grandes mamíferos como o rinoceronte-branco devem ser vistos como símbolos de grandes ecossistemas em funcionamento.  Devemos concentrar nossos esforços e energia para proteger a sobrevivência desses grupos em todo o mundo”, concluiu o especialista em rinocerontes africanos do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Jo Shaw.

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