Um novo estudo, publicado na revista científica PLOS Pathogens , sugere que a hanseníase pode ter surgido na Europa, e não na Ásia, conforme acreditava-se até agora. De acordo com o The Guardian , a pesquisa é a maior a mapear as cepas ancestrais da doença, ou seja, um grupo de descendentes com um ancestral em comum.
Leia também: Modificações nos genes do cacau podem criar o 'superchocolate', aponta estudo
“Por séculos existiu a dúvida sobre a origem da hanseníase . A maioria das hipóteses acreditava que ela começou na China e no extremo oriente”, explicou Helen Donoghue, coautora do estudo e cientista na Universidade College London. “Essa última pesquisa mostra que todas as cepas da bactéria estavam presentes na Europa medieval, o que sugere fortemente que ela se originou no sudoeste da Europa ou no oeste da Ásia”.
Os pesquisadores analisaram cerca de 90 esqueletos com deformações características da condição, todos eles encontrados na Europa e datados entre os anos de 400 e 1.400 depois de Cristo. Dessa forma, 10 novos genomas da bactéria Mycobacterium leprae foram reconstruídos, sendo que, anteriormente, só se sabia de duas cepas circulando durante o período medieval.
Agora, os cientistas querem estudar esqueletos ainda mais antigos, em uma tentativa de investigar se registros escritos de mais de dois mil anos, que falavam sobre a doença , podem ser comprovados pela ciência, segundo o professor Johannes Krause. “Ter genomas mais antigos em uma análise de dados vai resultar em estimativas mais precisas”, explica.
Você viu?
Leia também: Como o réptil de 180 milhões de anos revela a evolução de crocodilos a golfinhos
A doença infecciosa crônica hanseníase
A doença infecciosa crônica e transmissível é uma das mais antigas que se tem registro – e também uma das mais estigmatizadas – da história humana, ainda sendo endêmica em diversos países com o número de 200 mil novos casos documentados todos os anos.
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, é uma enfermidade que afeta principalmente a pele, os olhos, o nariz e os nervos periféricos . A transmissão é feita de uma pessoa doente para outra, sendo que o contato precisa ser próximo e prolongado, o que coloca em risco familiares ou pessoas que moram junto do paciente , por exemplo.
Como a doença atinge pele e nervos, se não tratada precocemente pode causar incapacidade e deformidades físicas. O principal sintoma são as manchas em qualquer parte do corpo, principalmente com alteração de sensibilidade ao calor e ao toque, mas também pode haver alteração nos nervos periféricos, na mucosa do trato respiratório superior e nos olhos.
Leia também: Universo se expande 9% mais rápido e cientistas não sabem explicar o motivo
Sobre a hanseníase , o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem um serviço de saúde, no caso de aparecimento de manchas de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, sobretudo se a mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque.