
Dois carros pararam diante de uma chácara no bairro Chácara Santo Antônio, em Vinhedo, na manhã de terça-feira (28). De dentro deles, desceram sete homens armados, vestindo coletes balísticos e exibindo um mandado de busca e apreensão. Pareciam agentes federais, mas não eram.
O grupo invadiu a propriedade de um CAC (caçador, atirador desportivo e colecionador) e rendeu o morador. Levaram 27 armas de fogo, entre fuzis, espingardas, pistolas e revólveres, além de 4 mil munições, 2 mil cartuchos vazios, 20 quilos de pólvora, celulares e a documentação do arsenal. As munições estavam guardadas em um cofre.
Antes da ação, os criminosos cortaram o cabo de fibra óptica que fornecia internet à região, dificultando qualquer pedido de socorro. O material roubado foi colocado em um caminhão-baú, usado na fuga.
Morador foi sequestrado e abandonado em rodovia
Durante o crime, o dono da chácara foi levado à força em uma viatura falsa. Sob ameaças de morte, foi abandonado às margens da Rodovia Edenor João Tasca. Ele conseguiu pedir ajuda em um posto de combustível.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Vinhedo como roubo qualificado, sequestro e associação criminosa. A perícia foi realizada no local, e câmeras de segurança registraram parte da ação.
Vizinhança sob suspeita
Na noite do mesmo dia, a Polícia Civil prendeu o vizinho da vítima, de 25 anos. Ele confessou ter repassado informações sobre a rotina do colecionador à quadrilha e alegou que estava endividado com criminosos. Com ele, foram apreendidas 70 munições.
As equipes continuam em diligências em três cidades do Estado para localizar os demais integrantes e tentar recuperar o armamento levado.
O caso reacende o alerta das autoridades sobre o uso de disfarces oficiais por quadrilhas especializadas em invadir residências com aparência de operações legítimas.