Universidade Federal de Santa Maria (RS) alagada durante as chuvas de 2024.
Gabriel Barros / Portal iG
Universidade Federal de Santa Maria (RS) alagada durante as chuvas de 2024.

Grandes cidades, como São Paulo, já não conseguem fingir que não veem as mudanças climáticas . Prédios de concreto, asfalto e a falta de arborização favorecem a formação de ilhas de calor, reduzem as áreas verdes e diminuem a permeabilidade do solo, o que intensifica os alagamentos durante as chuvas.

Não são previsões para o futuro, é o presente.  Eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes.

Nas décadas de 1940 e 1950, chovia cerca de 1.000 a 1.500 milímetros por ano na capita paulista. Entre 2001 e 2019, o volume subiu para 1.500 a 2.000 milímetros anuais.

A catástrofe no Rio Grande do Sul, em 2024 ,  com quase 200 mortes, foi um alerta vermelho para todos os estados.

O capitão Caio Veneziani, da Defesa Civil paulista, participou das ações conjuntas emergenciais com o órgão gaúcho para tentar reduzir os estragos de um grave problema que levantou o debate sobre prevenção, já que, depois de fatos assim, o foco passa a ser socorrer.    

“A circulação das pessoas é interrompida, há cortes no fornecimento de água e luz e remoção das pessoas para abrigos, elas não podem permanecer em suas casas. Muitas vítimas ficam feridas, há lotação hospitalar e interrupção do funcionamento de escolas, por exemplo”.

Meses depois, em outubro, São Paulo enfrentou uma tempestade que afetou 98 cidades e matou oito pessoas, com ventos de 107,6 km/h — os maiores em quase 30 anos.

Os caminhos para amenizar estas tragédias seguem sendo adotar medidas preventivas e agir na raiz do problema: as mudanças climáticas.

O governo paulista afirma estar realizando ações de prevenção, ao mesmo tempo em que alerta para a necessidade de trabalhos estruturais.



“Nós precisamos desenvolver obras, mecanismos e intervenções que tragam mais justiça climática para a população. A Defesa Civil inicia agora uma compra inédita de caminhões-pipa para entregar às cidades. Os veículos serão usados para apagar incêndios e transportar água em períodos de crise hídrica. É um trabalho de várias mãos. A Defesa Civil do Estado tem buscado estabelecer parcerias tanto com o setor público quanto com o setor privado, além de dialogar com os municípios”.

Saiba mais:  Desastres de 2023: pesquisadores revelam se eles podem se repetir

2° Congresso de Resiliência Climática
Gabriel Barros / Portal iG
2° Congresso de Resiliência Climática

A declaração é do tenente Maxwel Souza, diretor de Comunicação da Defesa Civil do Estado de São Paulo, que participou do 2° Congresso de Resiliência Climática, realizado no Palácio dos Bandeirantes.

O evento teve como foco o fortalecimento de parcerias e a captação de recursos junto à iniciativa privada para apoiar as ações da Defesa Civil.

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