Enel, distribuidora de energia, nega números apresentados pela prefeitura de SP
Enel/Divulgação
Enel, distribuidora de energia, nega números apresentados pela prefeitura de SP

Em meio ao temporal que afetou o fornecimento de eletricidade para cerca de 2,1 milhões de imóveis em São Paulo  nos últimos 6 dias, a prefeitura da capital alega que há 6.081 pedidos de podas de árvore que necessitam da intervenção prévia da Enel , distribuidora de energia na região, para afastar folhas e galhos que estão em contato com a rede elétrica.

A Enel, por sua vez, nega os dados apresentados pela administração. Segundo a empresa, “estão em aberto e dentro do prazo acordado cerca de 1,8 mil solicitações de poda realizadas pela Prefeitura, sendo dessas apenas 130 em atraso”. Além disso, a companha “realiza reuniões semanais com representantes do Município para acompanhar esse trabalho”, informou ao Estadão .

O jornal Bom Dia SP, da TV Globo , apresentou dados ainda mais alarmantes: dos 240.426 pedidos de podas realizados, a Enel concluiu apenas 1.730 — ou seja, menos de 1%. A empresa, no entanto, afirma desconhecer essas informações.

A Enel afirma, ainda, que fez um mutirão de podas preventivas ao longo do ano. “De janeiro a setembro, foram 433 mil podas, o que representa 72% da meta anual de 600 mil intervenções nos 24 municípios onde a companhia opera, incluindo a capital. Esse total é o dobro do número de podas realizado em 2023″, afirmou a distribuidora.

Quedas de árvores agravam apagão

ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta segunda (14) que “mais de 50% dos eventos relacionados à falta de luz foram causados por árvore caindo em cima do sistema de média e baixa tensão em São Paulo”.

Desde a última sexta, foram registradas 386 ocorrências de quedas de árvores só em São Paulo. Desse total, 49 precisariam da intervenção da empresa Enel por terem entrado em contato com a fiação.

Embora a poda de árvores seja, a princípio, responsabilidade da administração pública, o contrato prevê diz que é a concessionária quem deve manejar a vegetação que impacte o sistema de alguma forma — seja caindo ou apenas entrando em contato.

“A empresa entende que quem tem de tirar restos de árvores é o poder municipal. Por sua vez, a Prefeitura acredita que a empresa tem de desligar os fios e garantir a segurança dos trabalhadores e da população”, afirma Valter Caldana, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao Estadão .

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