A defesa de Pablo Marçal (PRTB) apresentou suas justificativas à Justiça eleitoral acerca da divulgação de um laudo médico considerado falso , que insinuava a ligação de Guilherme Boulos, do PSOL, com o uso de cocaína. Os advogados de Marçal alegaram que ele não fabricou ou alterou o conteúdo, limitando-se a compartilhá-lo como o recebeu, em exercício do "direito à livre manifestação do pensamento".
Na manifestação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo na última segunda-feira (7), obtida pelo jornal O GLOBO, a defesa sustentou que a publicação do laudo não impactou o processo eleitoral. "Se a informação tivesse realmente afetado o equilíbrio do pleito, Boulos não teria avançado para o segundo turno", argumentaram os advogados.
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Os advogados de Marçal também solicitaram a suspensão de um dos processos em curso no TRE-SP até que uma investigação criminal relacionada ao caso seja concluída. O ex-coach está sendo investigado pela Polícia Federal por possíveis crimes de calúnia, difamação e injúria na propaganda eleitoral contra Boulos, e ele nega qualquer irregularidade.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, destacam que a liberdade de expressão não deve servir como justificativa para a propagação de desinformação. As cortes afirmam que o ambiente eleitoral deve ser livre de manipulações, garantindo que os cidadãos formem suas opiniões sem interferências externas.
O que aconteceu
Na véspera da eleição, Marçal publicou um receituário médico falso em seu Instagram, alegando que Boulos estava "com um quadro de surto psicótico grave", o que foi prontamente desmentido pelo candidato do PSOL.
Diante das evidências de fraude, o TRE determinou a remoção imediata de vídeos relacionados ao laudo falso nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube. A decisão foi motivada por uma denúncia apresentada pela campanha de Boulos, que pedia a prisão de Marçal e outras medidas, incluindo a quebra de sigilo.
Boulos, em uma transmissão ao vivo, refutou a veracidade do laudo e destacou que o responsável pela clínica que emitiu o documento tinha vínculos com Marçal. “O dono da clínica é apoiador dele. O documento foi falsificado usando o CRM de um médico que faleceu há dois anos”, afirmou.
Após avaliar o caso, o juiz do TRE considerou que as alegações de Boulos eram plausíveis, levando à determinação de exclusão do post e ao bloqueio das contas de Marçal nas redes sociais.
A disputa pela prefeitura de São Paulo foi uma das mais acirradas desde a redemocratização, com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Boulos avançando para o segundo turno com uma diferença mínima de 0,41 ponto percentual, ou 25.012 votos. Já a diferença entre Boulos e Marçal foi de 0,93 ponto percentual, equivalente a 56.853 votos.
A Polícia Federal iniciou um inquérito para apurar o laudo médico falso que o influencer Pablo Marçal (PRTB) divulgou, com a intenção de associar, sem qualquer evidência, o candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) a um suposto uso de drogas. As investigações estão em andamento, e peritos federais estão examinando as inconsistências no documento compartilhado nas redes sociais por Marçal, que deverá ser intimado a prestar depoimento.
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