José Luiz Datena, Ricardo Nunes, Tabata Amaral, Pablo Marçal e Guilherme Boulos durante debate promovido pela Band
Divulgação/Ricardo Pizzutto/Band
José Luiz Datena, Ricardo Nunes, Tabata Amaral, Pablo Marçal e Guilherme Boulos durante debate promovido pela Band

A Record TV promoveu neste sábado, 28, um debate com os principais candidatos à prefeitura de São Paulo em 2024. Entre as propostas apresentadas, o evento também contou com ataques diretos entre os adversários, 11 pedidos de direito de resposta — sendo que todos foram negados — e uma punição. Apesar das intercorrências, o debate não registrou  agressões físicas ou confusão, como aconteceu em situações anteriores.

Compareceram os candidatos:

  • Guilherme Boulos (PSOL)
  • Pablo Marçal (PRTB)
  • Ricardo Nunes (MDB)
  • José Luiz Datena (PSDB)
  • Marina Helena (Novo)
  • Tabata Amaral (PSB)

Para evitar situações de violência física (como a cadeirada de Datena em Marçal e o soco do assessor de Marçal em assessor de Nunes) e verbal (diversos apelidos e acusações dos candidatos), há regras específicas. São elas:

  1. expulsão de candidatos em caso de agressão física;
  2. expulsão de candidatos em caso de quatro advertências por ações como sair do púlpito ou usar palavrões;
  3. proibição de apelidos, gestos rudes e para chamar atenção;.
  4. infrações cometidas por assessores ou convidados poderão resultar em punições aos candidatos, inclusive expulsão.

Bloco 1: pergunta entre candidatos

No primeiro bloco, os candidatos perguntam entre si. Boulos abriu as perguntas e chamou Datena para responder. Os dois tiveram uma conversa fluida e falaram sobre a situação atual da cidade, tentando encontrar respostas agora.

Ele quis saber propostas para situação de rua; Datena prometeu falar apenas sobre política e discussões de propostas. Para ele, a resposta sobre as pessoas na rua é geração de empregos e reforço de auxílio de saúde. Boulos reforçou a resposta de Datena e comentou sobre inclusão de dignidade higiênica. Falaram, também, da saúde para reverter vício em drogas e lares para terceira idade.

Na sequência, Marçal fez uma pergunta para Nunes sobre educação. O candidato do PRTB questionou a taxa de analfabetismo da cidade, e o do MDB falou sobre os investimentos da atual gestão em educação infantil, da fase pré-investigação. Em réplica, Marçal falou que ele faria uma nova formatação na educação.

Nas réplicas e tréplicas, eles falaram sobre acusações de Nunes de envolvimento em casos de desvio de merenda, e condenação de Marçal por envolvimento em quadrilha de roubo de aposentadorias. Nunes falou, também, que Marçal é "mentiroso." O candidato pediu um direito de resposta, mas foi negado.

Depois, Tabata perguntou para Boulos sobre parcerias para cuidados em creche, principalmente com igrejas. Ela disse que o candidato era contra, mas se tornou a favor. Boulos negou as acusações de ser contra: "Tenho condições de aprender ao ver uma experiência", disse ele. Afirmou que reafirmaria os convênios e repasses governamentais, além de enfatizar necessidade de educação integral. 

Nunes veio depois e perguntou para Marina. Falaram sobre acessibilidade e atendimento de pessoas PCD, principalmente dentro do TEA. Ela respondeu falando sobre educação e dinheiro gasto por cada aluno, perguntou sobre recentes acusações de aluguel de carros e o acusou de desvio de dinheiro de campanha. Na réplica, ele voltou o assunto a pessoas autistas e disse não saber sobre o carro.

Datena escolheu perguntar para Tabata. Ele voltou a falar sobre Nunes, trouxe o dinheiro que o candidato gasta na campanha, e tocou na questão da segurança. Ela trouxe à tona violência sexual e roubos, principalmente de celulares, na cidade. A proposta dela e reforçar policiamento em locais específicos. Ambos falaram sobre capacitação de policiais.

Marina perguntou para Marçal. Ela questionou sobre diminuição de impostos - mas, na resposta, ele escolheu falar sobre Nunes e o classificou como "pior prefeito da história", e reclamou da citação dele aos processos anteriores. Marina disse que ele também não respondeu o que ela perguntou, então, na réplica, ele escolheu responder citando outros candidatos.

Marçal foi, também, o primeiro a quebrar a regra sobre apelidos, e levou a primeira advertência; ele perdeu 30 segundos do tempo de considerações finais.

Perguntas de jornalistas

A primeira pergunta foi para Nunes. A questão foi que o vice dele foi indicado por Jair Bolsonaro, ex-presidente, e se ele procuraria fazer isso com outros indicados. O prefeito citou o currículo do vice dele, Melo Araújo , coronel aposentado. Ele não respondeu à questão, e escolheu citar mais algumas das atitudes do governo atual. 

Boulos fez o comentário e chamou atenção para o fato do prefeito não ter respondido, e criticou o "mundo da propaganda", pois não concordou com efetividade de campanhas ativas. Na réplica, Nunes falou sobre a efetividade de políticas passadas do psolista.

Na sequência, a pergunta foi para Marçal. A pergunta foi sobre o presidente do partido e possível envolvimento em crime e com o PCC . A resposta de Marçal foi que não acredita que isso seja verdade e, de novo, escolheu comentar sobre outros candidatos, e falou sobre Boulos, Nunes e Tabata, dizendo inclusive que eles "não têm um pingo de vergonha" ao usar fundo eleitoral.

Tabata  respondeu à pergunta do jornalista e chamou atenção para preocupação com possível envolvimento de políticos com envolvimento no crime organizado. 

Nesse momento, Marçal  seguiu falando dos outros e chegou a considerar eleitores que querem votar no PT em vez de votar nele. O PT não tem nenhum candidato nessa eleição.

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Boulos foi questionado sobre moradia, e apostou em regularização e diversas outras políticas para acesso à moradia para todos. Quem respondeu foi Marina, que acusou o oponente de depredar e invadir locais privados e públicos, além de defender quem foi preso por participar do levante de 8 de Janeiro. Boulos replicou dizendo que não há uma casa invadida por ele, e desafiou alguém a mostrar o contrário.

Datena foi questionado sobre ter dito, anteriormente, ter vontade de concorrer ao Senado, e explicar a mudança. Falou, também, sobre "destemperamento" do candidato, que disse que só responde sobre isso em justiça. Na resposta, Nunes reforçou necessidade de não fazer "desordem" para cuidar da cidade. Ele falou sobre Boulos, Marçal e Datena. Datena disse que ele tampouco teve eficiência. 

Tabata não foi questionada sobre as próprias políticas. O jornalista quis saber se ela apoiaria Nunes ou Marçal em eventual segundo turno. A resposta dela foi sobre os oponentes terem ou não "condição" para serem prefeitos da cidade. Marçal fez a resposta e respondeu que acredita ganhar em primeiro turno. Porém, ele disse que uma pesquisa o mostra com 38% dos votos; para ser eleito em primeiro turno, são necessários 50% + 1 votos. Ele também disse que os opositores são "absolutamente pequenos."

Marina foi questionada se considera a si mesma candidata para a "elite" e posicionamento dela para a periferia. Ela disse que, na verdade, foca na parcela mais pobre da população e quer levar essas pessoas para âmbitos particulares de serviço. Datena respondeu e garantiu que também governaria para pobre. Marina depois falou sobre problemas de segurança de São Paulo.

Segundo bloco

No segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas para os outros. Boulos foi o primeiro e perguntou para Nunes. 

Boulos  falou sobre participação ativa do prefeito em questões da cidade, e disse que Nunes não o fez. Nunes, por sua vez, acusou Boulos de estar envolvido no esquema de rachadinhas - aproveitou os segundos restantes para, mais uma vez, falar sobre realizações da campanha passada. Na resposta, Boulos negou a participação e acusou Nunes de ignorar, em 2023, a população durante um apagão, e disse que o atual não vê "propósito, solidariedade e compaixão." 

Nunes disse que Boulos nunca será prefeito e disse que o candidato não sabe o que é gestão - e, de novo, voltou a listar políticas anteriores. 

Marçal perguntou a Datena quem foi o pior prefeito da história da capital e ele disse que era "duro de responder". "O Ricardo pode não ser o pior prefeito, mas ele tá ali", afirmou.

Nunes, na resposta, acusou Boulos e invadir o Ministério da Fazendo em 2015, dizendo que ele "não entende o que é gestão" e que ele "nunca fez gestão de nada, a não ser de ocupação".

Depois, o prefeito questionou Tabata sobre suas propostas para combater enchentes e mudanças climáticas.

Por último, Datena perguntou a Marçal e o tema foi segurança alimentar.

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** Jornalista pelo Mackenzie e cientista social pela USP, trabalha com redação virtual desde 2015 e teve passagem em grandes redações do Brasil. Curte cultura, política e sociologia.

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