Os pais do estudante de 14 anos do colégio Bandeirantes, que se suicidou
no dia 12 de agosto, entraram com um pedido de ação antecipada de provas. Eles solicitam o acesso às imagens do circuito interno da escola. A ação foi protocolada nesta terça-feira (3) na 12ª Vara Cível de São Paulo.
A direção do colégio Bandeirantes declarou ao UOL que não tinha conhecimento de que o estudante sofria bullying.
Os advogados dos pais querem que essas imagens façam parte das provas para mostrar que o estudante sofria bullying na escola. Segundo Hédio Silva Jr. e Anivaldo dos Anjos Filho, os advogados responsáveis, a análise da "expressão corporal" do adolescente poderá revelar se ele era alvo de perseguição sistemática, racismo e homofobia.
Essas provas serão usadas para sustentar uma ação de indenização por danos materiais e morais contra a escola e a ONG Ismart (Instituto Social para Motivar e Reconhecer Talentos). A Ismart é responsável por intermediar bolsas para estudantes de famílias de baixa renda em escolas particulares.
Os advogados também solicitarão indenizações por danos materiais relacionados à morte e por danos morais devido à forma como a direção do colégio, segundo a família, lidou com a tragédia. A família alega que a direção da escola não entrou em contato com eles após a morte.
Em entrevista ao UOL no dia 23 de agosto, Estela Zanini, diretora de convivência do Bandeirantes, afirmou que a escola enviou um e-mail e uma mensagem de WhatsApp para os familiares, mas não obteve resposta.
Além disso, a família busca indenização devido a comentários de Mauro Salles Aguiar, ex-diretor do colégio, feitos em uma sessão do Conselho Estadual de Educação de São Paulo após o suicídio. Aguiar disse que os bolsistas do Ismart estavam "agressivos" em uma reunião para discutir o caso.
Procure ajuda
Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por email, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
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