Após a tragédia, a diretoria do colégio Bandeirantes expressou o desejo de que os analistas da Ismart tenham uma presença mais constante no ambiente escolar
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Após a tragédia, a diretoria do colégio Bandeirantes expressou o desejo de que os analistas da Ismart tenham uma presença mais constante no ambiente escolar


O recente suicídio de um aluno bolsista no Colégio Bandeirantes , uma das instituições de ensino mais tradicionais de São Paulo, trouxe à tona tensões entre a diretoria da escola e a ONG Ismart , responsável pela concessão das bolsas.

Segundo o UOL, a discordância entre as duas partes gira em torno do nível de apoio necessário aos alunos bolsistas durante o horário escolar, em meio a um debate mais amplo sobre a inclusão de estudantes de baixa renda em escolas de elite.

Após a tragédia, a diretoria do colégio Bandeirantes expressou o desejo de que os analistas da Ismart tenham uma presença mais constante no ambiente escolar, especialmente para atender às necessidades dos alunos bolsistas. Contudo, a ONG considera essa demanda inviável.

A situação se agravou após uma reunião na qual a diretoria do colégio teria considerado o comportamento dos bolsistas, que cobravam ações mais efetivas para a saúde mental, como "agressivo".

Por outro lado, a Ismart defendeu a postura dos alunos, afirmando que o comportamento era compreensível dado o impacto emocional causado pela morte do colega.

A tragédia reacendeu a discussão sobre a inclusão de alunos de baixa renda em escolas de elite no Brasil. Cláudio Mansur Salomão, mantenedor de uma faculdade, argumenta que, apesar das boas intenções por trás dessas iniciativas, elas podem gerar impactos sociais negativos para os bolsistas.

Ele cita como exemplos a exclusão em eventos sociais, a dificuldade em frequentar lugares típicos da classe alta, como o clube Paineiras, e a exposição a bullying.

Salomão defende que, enquanto na universidade os bolsistas já possuem maturidade para lidar com as disparidades sociais, na educação básica eles podem sofrer sentimentos de humilhação e injustiça, que podem ter consequências graves, como os casos de suicídio de estudantes bolsistas, intensificando o debate sobre os impactos da inclusão sem o devido suporte.


Colégio Bandeirantes e a ONG Ismart

Além disso, a relação entre o colégio Bandeirantes e a ONG Ismart também foi colocada em questão. A diretoria do colégio tem recorrido à ONG em situações de crise envolvendo alunos bolsistas, como em casos de ansiedade e, mais recentemente, no caso do suicídio.

A diretora do colégio defende uma maior presença dos analistas da Ismart na escola, enquanto a CEO da ONG argumenta que eles não podem ser "babás" dos alunos, destacando que a função da Ismart é atuar como uma ponte entre os pais e a escola.

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