Tarcísio e Ricardo Nunes evitam comentar sobre Carlos Bolsonaro

Governador e prefeito de São Paulo foram questionados nesta segunda-feira (29) sobre operação da PF que mira filho do ex-presidente

Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB)
Foto: Isadora de Leão Moreira/Governo do Estado de São Paulo
Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB)

O governador de São Paulo,  Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito  Ricardo Nunes (MDB)  foram questionados nesta segunda-feira (29) sobre a operação da Polícia Federal (PF) contra a "Abin Paralela", que tem  Carlos Bolsonaro (Republicanos) como um dos alvos. Ambos evitaram comentar o episódio.

Tarcísio foi indagado sobre a operação que atinge o governo de Jair Bolsonaro (PL), o qual atuou como ministro da Infraestrutura, durante anúncio da construção de um piscinão e canalização do córrego Antonico, no Morumbi. "Não vou comentar", respondeu.

Nunes, que busca a reeleição na capital com apoio de Jair Bolsonaro e do governador, recebeu nesta manhã o presidente do Partido Liberal,  Valdemar Costa Neto, que indicou o Coronel Ricardo Mello Araújo para ser seu vice na eleição de outubro.

Após a reunião, o prefeito de São Paulo conversou com a imprensa, e foi questionado se a operação prejudicava a indicação de Bolsonaro para um vice na chapa. "Não, acho que não [prejudica]. Nem sei da operação. Teve operação?", disse.

Carlos Bolsonaro é alvo da PF

A Polícia Federal deflagrou uma nova operação, nesta segunda-feira, para  investigar ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Nesta ação, um dos alvos é o vereador do Rio de Janeiro  Carlos Bolsonaro, o segundo filho do ex-presidente.

A PF cumpre mandados de busca na casa de Carlos Bolsonaro,  na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e em Angra dos Reis (RJ), onde o vereador está nesta segunda. Os assessores do vereador também são alvos da operação, por pedirem informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem .

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos: um em Angra dos Reis, cinco no Rio de Janeiro, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador(BA).

"Abin Paralela"

As investigações da PF dizem respeito a uma  suposta organização criminosa que teria se instalado na Abin durante o governo Bolsonaro. Denúncias apontam para o  monitoramento clandestino de autoridades públicas e outros cidadãos, utilizando ilegalmente um sistema para rastrear a localização de dispositivos móveis sem autorização judicial.

O sistema em questão é o software First Mile, adquirido durante a gestão de Alexandre Ramagem na Abin. Esses monitoramentos ilegais teriam sido feitos para benefício pessoal dos envolvidos. 

Na última semana, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares, como a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais.