O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que Alexandre Ramagem, ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é um "cara fantástico" e que o caso da "Abin paralela" é uma "narrativa". A fala ocorreu nesse domingo (28) durante a "Super Live" do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), antes das investigações atingirem o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).
Ramagem é deputado federal pelo Partido Liberal do Rio de Janeiro, e é investigado na Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF). Na quinta-feira (25), a PF conduziu um mandado de busca e apreensão contra o parlamentar, sob suspeita de envolvimento nas espionagens ilegais realizadas pela Abin através do software FirstMile, entre 2019 e 2021.
“Essa nova narrativa agora, ‘Abin paralela do Bolsonaro’. Essa acusação em cima do delegado Ramagem, um cara fantástico”, disse Bolsonaro. "'Abin paralela' porque o Bolsonaro admitiu. Aquela tal da sessão secreta, que o Supremo disse: ‘Tem que divulgar’, era uma reunião com ministros", afirmou.
"E porque nós resolvemos divulgar, teve a decisão do Supremo. Mas tinha a acusação de que ali estava a prova de que eu interferia na PF, e não estava a prova ali", complementou Bolsonaro ao se referir à reunião ministerial de abril de 2020, quando revelou receber informações dos órgãos do governo.
Caso Abin
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi relator da decisão, emitida na quinta-feira (25), na qual afirma que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, usou o órgão para realizar espionagens ilegais em favorecimento da família do então presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Entre autoridades espionadas estavam a procuradora do Caso Marielle Franco, Simone Sibilio do Nascimento, a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia.
As investigações da PF indicam que a Abin foi "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente opositores políticos de Bolsonaro.