A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) adiou para o ano que vem a votação do Projeto de Lei (PL) que regulamenta a venda de animais de estimação em criadores e petshops. De acordo com o deputado estadual Rafael Saraiva (União Brasil), houve movimentação da base governista para que o PL não fosse votado na sessão desta quarta-feira (13).
"A bancada da crueldade, formada principalmente por deputados do PL, trabalhou covardemente contra os direitos dos animais", diz ele. "É até difícil de narrar o que vi nesses dois dias nos bastidores da política. Não se respeita a vida dos animais", completa.
Saraiva foi autor de um PL que impedia a venda de animais em petshops. O texto foi aprovado em agosto na Alesp. O governado Tarcísio de Freitas (Republicanos) vetou o projeto.
Depois de causar desconforto entre sua base, o governador enviou um novo PL sobre o tema , desta vez regulamentando a venda de pets. É essa a proposta que era esperada para ser votada neste ano, mas acabou sendo adiada.
Por conta da movimentação de aliados de Tarcísio para garantir o adiamento da votação, o projeto causa mais uma vez atrito entre o governador e deputados do União Brasil, que fazem parte da sua base.
Entenda o projeto
Depois do texto original ter sido aprovado em agosto, representantes do mercado pet e membros do Palácio dos Bandeirantes se reuniram para discutir a proposta aprovada pela Alesp. O lobby do empresariado colocou Tarcísio "contra à parede" e obrigou o governador a recuar em relação ao texto.
Para não criar um clima pior na Alesp, Tarcísio encontrou a saída de editar a proposta com Saraiva. O novo PL libera a venda de animais, mas tira os pets das vitrines. Outra mudança trata sobre a castração de animais, que não será obrigatória antes da venda.
Segundo o deputado, o texto foi "construído a quatro mãos" e, por isso, Saraiva avalia que a movimentação de aliados de Tarcísio para tirar o PL de votação foi uma traição.