A criança estava fazendo xixi atrás do carro da mãe, quando foi flagrado pela polícia
Reprodução/NBC
A criança estava fazendo xixi atrás do carro da mãe, quando foi flagrado pela polícia

Uma criança de 10 anos foi condenada pelo juiz da Vara da Juventude dos Estados Unidos a três meses de prisão, sendo cumprida em liberdade condicional, após ser flagrado urinando em público. O garoto, que possui a pela negra, mora em Senatobia, no Mississippi.

Segundo a acusação apresentada contra o jovem, ele seria uma criança que "precisava de supervisão". Dessa maneira, o garoto deverá se consultar com um oficial de condicional uma vez por mês durante os três meses. Além disso, o jovem terá que escrever um relatório de duas páginas acerca do ex-jogador de basquete, Kobe Bryant. 

O advogado da família, Carlos Moore, explica que não irão recorrer da decisão. "Não vamos recorrer. Ele não tem antecedentes criminais e essa prisão não ficará marcada, pois a sentença foi de liberdade condicional. E ele é fã de Kobe Bryant, então não se importa em escrever o relatório de duas páginas, mas, ainda assim, o correto seria ele não ter que fazer nada. Ele deveria estar aproveitando as férias de Natal como as outras crianças".

O garoto, que está no equivalente à terceira série do ensino fundamental no Brasil, foi detido pela polícia de Senatobia no dia 10 de agosto. Na ocasião, os policiais o flagraram urinando atrás do carro da mãe.

Para o advogado da família, a atitude do garoto foi "o que qualquer pessoa razoável faria: urinou ao lado do carro, atrás da porta, sem se expor a ninguém". O advogado levantou ainda que o prédio onde a mãe do garoto estava não havia banheiros públicos. 

Segundo a defesa da criança, o principal motivo da prisão e da sentença aplicada contra ele se deve por questões raciais. "Ele não teria sido preso, processado ou sentenciado se fosse de qualquer outra cor ou raça, além da negra".

A mãe do garoto, Latonya Eason, entretanto, não sabe se consegue cravar se questões raciais levaram a condenação do seu filho. No entanto, Eason denunciou ao canal de TV norte-americano, NBC, que o garoto foi maltratado nas etapas do processo.

Dia da prisão

Segundo Eason, no dia que o seu filho foi detido pela polícia, o garoto de 10 anos foi colocado em uma cela na delegacia. A ação das autoridades de Senatobia fez com que o jovem não confiasse mais nos policiais, tendo medo deles.

"Meu filho está passando por muitas dificuldades após ser preso e depois ter que procurar um oficial de condicional e depois escrever uma redação, não acho que seja certo ou justo", disse Latonya Eason.

O chefe do departamento de polícia de Senatobia se pronunciou sobre o caso. Segundo ele, as decisões tomadas pelos oficiais em exercício no dia, levando à prisão do menino, violam as políticas de como lidar com situações de natureza como a vista. O pronunciamento das autoridades foi publicado em nota nas redes sociais, no dia 21 de agosto.

De acordo com o comunicado, um dos agentes que estava envolvido no caso não trabalhava mais no departamento, e o outro sofrerá uma correção disciplinar. O departamento ainda disse que todos os agentes da instituição deverão passar por um treinamento para entender a melhor maneira de lidar com casos envolvendo crianças e adolescentes.

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