Poucos dias após a aprovação da desestetização da Sabesp na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu que a privatização não deve impedir um aumento nas tarifas. "A tarifa vai subir, mas a privatização garante que ela vai subir num valor menor", afirmou em evento da XP nessa segunda-feira (11).
A afirmação vai contra um dos principais argumentos do governo a favor da privatização. O governo afirmou, durante toda a tramitação do projeto, que um aporte inicial de recursos provenientes da venda de ações deveria estabilizar as tarifas – o que impediria, em tese, seu aumento. A informação é da Folha de S. Paulo.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, chegou a afirmar que o modelo de privatização na Sabesp daria “segurança à população de São Paulo”, com a “universalização dos serviços de saneamento para 2029, além de garantir mais investimentos para todo o sistema aliado à redução tarifária”.
Tarcísio assegurou que o estado de São Paulo permanecerá como um acionista relevante da Sabesp, apesar de não deter mais o controle acionário, e que terá um papel significativo na governança da empresa. “As dúvidas estão sendo equacionadas e em breve vamos divulgar o novo modelo regulatório”, afirmou.
A Sabesp marca o inicio de um longo plano de privatizações do governo. A Fundação Casa, escolas estaduais e a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) estão na rota das desestatizações de Tarcísio. Além do aumento na arrecadação, o governo planeja cortar 4.600 cargos. "Precisamos discutir o papel da digitalização”, disse. “Não temos alternativa. Vamos cortar”.