Assembleia da CPTM
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Assembleia da CPTM

Os trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) aprovaram na última semana uma greve para o dia 3 de outubro . O motivo principal é marcar posição contrária à privatização da empresa, especulada pelo governador do estado, Tarcísio de Freitas.

"Vamos parar porque é um absurdo privatizar o metrô, trem e água (em referência ao plano de conceder a Sabesp à iniciativa privada )”, publicou a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, nas redes sociais. 

Na última terça-feira (19), a decisão também foi aprovada em assembleia nos dois sindicatos que representam a categoria.

Os trabalhadores aprovaram greve de 24 horas no dia 3 de outubro. No entanto, realizarão outras reuniões nos dias 2 e três para decidirem sobre os rumos e a continuidade ou não da greve.

Se não houver negociação até lá, as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata operadas pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) não vão operar nesta data, assim como as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa. 

O Sindicato da Central do Brasil, que representa as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, apoia o movimento, segundo publicações nas redes sociais, mas não cita, por enquanto, adesão à paralisação.

"Os sindicatos das categorias envolvidas estão fazendo um chamado às trabalhadoras e aos trabalhadores, em especial dos serviços públicos, aos estudantes e movimentos sociais que se organizem através de suas entidades de classe para engrossar o movimento e parar São Paulo contra essa tentativa de destruição das empresas públicas, como vem tentando fazer o governo com os editais de terceirizações nas estações e no POT (Programa Operação Trabalho), pregão marcado para os dias 10 e 17/10", diz o sindicado dos metroviários, em nota. 

Privatização

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), quer privatizar todas as linhas do metrô antes de terminar seu mandato. 

Hoje, duas delas já são privatizadas, a 4-amarela e a 5-lilás. Estão sob concessão duas linhas em obras, a 6-laranja e a 17-ouro (monotrilho do aeroporto de Congonhas).

A ideia de Tarcísio é conceder também as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata. Em um primeiro momento, a privatização da empresa em si não está nos planos.

A Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) prevê realizar concessões para todas as linhas do sistema metroferroviário, incluindo trechos futuros de metrô, trens metropolitanos e trens intercidades, até 2026.

Em janeiro deste ano o consórcio ViaMobilidade (controlado pela CCR) assumiu a gestão das Linhas 8 e 9 da CPTM. O Sindicato dos Metroviários afirma que "o efeito imediato dessa privatização é a enorme queda na qualidade do atendimento à população."

"Já ocorreram várias falhas, acidentes e a morte de um trabalhador que fazia a manutenção na Linha 9-Esmeralda. Ele foi eletrocutado na estação Pinheiros. No dia 1º/2 aconteceu um acidente nas obras de construção da Linha 6-Laranja do metrô, que também é privatizada."

A entidade classifica o desejo de privatizar todas as linhas de trem, Metrô e a SABESP como um ato de desmantelamento do transporte público e saneamento básico.

Confira o comunicado dos trabalhadores:



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