Um episódio de racismo terminou em briga generalizada durante uma partida das Olimpíadas Escolares no Colégio PH, na Praia de Botafogo, Zona Sul do Rio, nesta quinta-feira (4). Segundo relatos, um estudante branco teria imitado gestos de macaco direcionados a um colega negro e bolsista, o que desencadeou a confusão.
Colegas da vítima reagiram em defesa do amigo, e a discussão rapidamente evoluiu para uma troca de socos e xingamentos entre alunos do ensino médio. A briga envolveu vários estudantes, e a situação só foi controlada após intervenção de funcionários da escola.
Em nota, a direção do colégio informou que o aluno autor da ofensa foi expulso. A instituição afirmou ter acolhido os estudantes que sofreram a violência e destacou que o episódio "não condiz com os valores e diretrizes adotados pelo colégio" .
"O aluno autor das ofensas não continuará na nossa escola, e os alunos que foram alvo estão sendo acolhidos. Repudiamos qualquer atitude discriminatória. Temos o compromisso com uma cultura antirracista, reafirmando que a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e igualitária é – e sempre será – uma responsabilidade diária do pH"
, diz o comunicado.
O texto ainda reforça que a escola mantém iniciativas como o “ Percurso Antirracismo e Antidiscriminação” e programas estruturantes de combate ao bullying e apoio psicológico.
Ao Portal iG, a Polícia Civil afirmou que a ocorrência foi registrada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investiga o caso sob sigilo.
Nota da Família
Os pais do adolescente que estuda no Colégio PH, Botafogo, lamentam profundamente o erro cometido por seu filho, que o reconhece, e manifestam publicamente sua solidariedade ao jovem vitimado e à sua família.
A família busca esforços para estabelecer contato direto, a fim de apresentar um pedido formal de desculpas, dialogar sobre o episódio e auxiliá-los no que for necessário. Para tanto, a família também espera que a escola ajude na intermediação desse diálogo.
De acordo com os pais, a conduta do filho — que reconhece o seu erro — não reflete os valores que lhe foram transmitidos e representa motivo de imensa vergonha e consternação.
Os pais e o adolescente reforçam que a busca por esse diálogo não se limita ao pedido de desculpas, mas também se vincula à necessidade de refletir sobre um problema que atravessa gerações e permanece como uma chaga na história do Brasil.