Operação em festa junina do RJ deixa um morto; Herus Fernandes trabalhava como office boy
Reprodução/redes sociais
Operação em festa junina do RJ deixa um morto; Herus Fernandes trabalhava como office boy

Os responsáveis pela operação da Polícia Militar durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que deixou um jovem morto e cinco feridos, foram afastados do cargo. A informação foi compartilhada pelo governador Cláudio Castro nas redes sociais, no começo da tarde deste domingo (8).

"Agora pela manhã, em uma reunião com os secretários de estado de Segurança e da Polícia Militar, determinei o afastamento imediato dos responsáveis por autorizar a operação na madrugada de ontem, na comunidade do Santo Amaro, em meio a uma festa popular", escreveu o governador no X (antigo Twitter).

A ação terminou com a morte de um jovem de 24 anos, identificado Herus Guimarãres. Ele trabalhava como office boy e deixa um filho de 2 anos, segundo a família.

Além de Herus, mais cinco pessoas foram atingidas pelos tiros. O  Portal iG entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para saber o estado das vítimas e foi informado que apenas uma delas permanece internada, com quadro de saúde estável.

Até a publicação desta reportagem, o governador não chegou a citar oficialmente os nomes dos afastados.

Cláudio Castro disse que a Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar investigam o caso. Ele adicionou que Ministério Público terá acesso a todas as imagens do evento que foram gravadas pelas câmeras corporais dos PMs.

"Me solidarizo com os familiares e amigos do jovem Herus Guimarães Mendes e das outras vítimas que foram atingidas durante a festa. Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta e nem diminuir a dor de se perder um ente querido, mas fica aqui a minha tristeza e indignação", lamentou, nas redes sociais.

"Queremos nomes e justiça", rebate coletivo

O coletivo Ame Santo Amaro, da comunidade onde foi realizada a operação, usou a mesma rede social do governador para questioná-lo sobre a operação e reivindicar o nome dos afastados.

"A comunidade inteira estava lá. A festa era cultural, era tradição, era resistência. Quem autorizou essa operação? Por que ignoraram o que estava acontecendo? Por que o protocolo de segurança foi quebrado? Por que seguimos sendo tratados como inimigos?" , escreveu o perfil.

"Não aceitamos o afastamento simbólico como resposta. Queremos nomes, responsabilização e justiça. O que aconteceu no Santo Amaro não foi um erro — foi mais uma demonstração de como o Estado escolhe matar e silenciar comunidades periféricas", concluiu.

O governador não respondeu às indagações do coletivo até a publicação desta matéria.

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