Bolsonaro votando neste domingo (6)
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Bolsonaro votando neste domingo (6)

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou  neste domingo (6) que apoiaria "qualquer um" contra Guilherme Boulos (PSOL) em eventual segundo turno nas eleições de São Paulo, inclusive Pablo Marçal (PRTB).

"Em São Paulo, há uma situação nova: um garoto novo do PRTB meio polêmico. Vamos ver como o povo decide. Contra o Boulos qualquer um", disse após votar na Vila Militar de Deodoro, na Zona Oeste do Rio.

Bolsonaro, no entanto, disse ter desentendimentos com Marçal, dados em um encontro entre os dois, que aconteceu há dois meses.

"Depois do encontro, ele afirmou ao Estado de SP que eu não ia apoiar o Nunes, ia apoiá-lo. Mas eu não falei isso. O vice (do Nunes) é meu", disse Bolsonaro, destacando que se empenhou mais na campanha de Nunes, e que políticos "têm que honrar" o que foi combinado.

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O ex-presidente ainda admitiu que sua audiência em uma live diminuiu por causa do Marçal.

"Ele é estrategista. Marcou live na mesma hora que eu, e ele tem muita estrutura e dinheiro. (Marçal) é extremamente inteligente, mas falei que tem que segurar um pouquinho. Precisa de moderação. Mas ele faz essas coisas para dar polêmica. Igual disse que um grande líder evangélico de São Paulo iria apoia-lo. Depois ele desmentiu no mesmo dia. Ele tira recortes e impulsiona nas redes sociais."

Ele também negou que o começo dos dois na política seja parecido e recusou comentar o laudo falso apresentado por Marçal sobre uma ligação entre Boulos e um surto por cocaína. 

"Falaram que "Bolsonaro era parecido com ele no passado". Mas eu tinha dois anos de entregador, 15 anos de exército, 15 de vereador, 28 de deputado, a gente aprende alguma coisa. Não é facil o parlamento", explicou Bolsonaro, que se esquivou ao ser perguntado sobre o laudo falso publicado por Pablo Marçal contra Boulos. " Tenho que ver o laudo para depois tecer um comentário."

O ex-presidente Jair Bolsonaro conversou com a imprensa por mais de uma hora, enquanto seu aliado, Alexandre Ramagem, permaneceu em silêncio a maior parte do tempo. Durante a conversa, as eleições cariocas raramente foram abordadas por Bolsonaro.

Ao ser questionado se via Pablo Marçal como uma ameaça em seu campo político, Bolsonaro defendeu a formação de "novas lideranças", citando nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira e candidatos do PL em diversas capitais, como Fortaleza, Cuiabá e Manaus. Ele destacou Bruno Engler, em Belo Horizonte, como um exemplo de que alcançar o segundo turno já seria uma "grande vitória".

"Se eu tivesse medo, não estaria investindo no Ramagem no Rio, que está se destacando como uma liderança, apesar de ser um pouco inibido", brincou Bolsonaro.

O ex-presidente também relembrou a campanha de Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo em 2022, revelando que Freitas, um carioca, confessou seu desconhecimento sobre o estado que hoje governa.

"Ele disse: "ô, presidente, só conheço aeroporto em São Paulo"", contou Bolsonaro. "Mas eu sabia que ele tinha uma bagagem e era um bom gestor."

Em seu discurso, Bolsonaro criticou "estrategistas intergalácticos" que fazem análises sobre a nova direita no Brasil, mas nunca conseguiram se eleger a cargos menores.

"Todos ficaram pelo caminho, que agiram com deslealdade. Comigo, é como casamento: tem que haver fidelidade", alfinetou.

Sobre a gestão do governador Claudio Castro, também do PL, Bolsonaro evitou uma avaliação direta, afirmando que "governar o Rio é muito difícil".

Com bom humor, o ex-presidente abordou uma variedade de temas, como Israel, Palestina, Venezuela, voto impresso, orçamento secreto e críticas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro reiterou que não se vacinou contra a covid-19, afirmando que era seu "direito", e reclamou da campanha presidencial de 2022, quando foi derrotado por Lula.

"O TSE fez de tudo para me prejudicar. Me acusam o tempo todo que vão me prender. Mas me prender por quê?", questionou.

O ex-presidente chegou às 9h20 para votar na Vila Militar de Deodoro, acompanhado de Ramagem e de seus filhos Flávio e Carlos. Ele foi recebido por um pequeno grupo de apoiadores na seção eleitoral.

Bolsonaro também comentou a expectativa de que o Partido Liberal (PL) tenha candidatos em pelo menos quatro capitais nas eleições municipais. Ele mencionou Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Manaus como locais onde a legenda espera se destacar. No entanto, ele reconheceu que em algumas dessas capitais, como no Rio, as pesquisas indicam uma provável vitória do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), ainda no primeiro turno.

"Estamos com expectativa de segundo turno em vários municípios. Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Manaus, acredito que em Alagoas, né? Em Maceió tá garantido, talvez no primeiro turno. JHC fez um bom trabalho lá. Primeiro turno também em Rio Branco, no Acre. Quem diria o PL disputar as capitais, né? Quem diria...", disse o ex-presidente.

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