A Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no Centro do Rio, voltou a ser vandalizada, na noite do sábado passado (1º). Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a igreja construída em 1750 já havia sido alvo de depredação em junho do ano passado. A ação foi flagrada por câmera de segurança.
Na ocasião, um casal foi flagrado pelo circuito interno de comércio na Rua do Ouvidor pichando a parede lateral da igreja histórica. O caso aconteceu no dia 4 de junho do ano passado, por volta das 18h.
Já o ataque de sábado ocorreu por volta das 20h, na esquina entre a Rua do Ouvidor e a Travessa do Comércio. Assim como no primeiro caso, a depredação foi flagrada por uma câmera de segurança.
Nas imagens, é possível ver um homem se aproximando da fachada e praticando o ato de vandalismo. O autor da depredação assina a pichação como 'Ana Casal Bi' e 'Mamadas Artesanais' e ainda deixa um número de telefone.
Procurada pela reportagem de O DIA, a Polícia Civil ainda não respondeu aos questionamentos sobre a identificação e apuração dos autores.
Segundo o Iphan, "destruir, demolir ou mutilar coisa tombada é infração administrativa passível de multa". Por meio de nota, o órgão esclareceu ainda que, conforme o Decreto-lei 25/1937 e a Portaria 187/2010, apenas fiscalizar o bem cultural e orientar o proprietário em sua conservação, além de solicitar os reparos necessários.
A igreja
A Igreja da Nossa Senhora da Lapa começou a ser construída em 1747, após pedido feito pela Irmandade dos Mercadores. O tempo foi consagrado e aberto à cultos em 1750, mas sua conclusão, de fato, só aconteceu em 1766. No século seguinte, grandes obras de remodelação foram feitas de 1869 a 1872, quando se refez a fachada do templo, construiu-se a torre sineira e completou-se a obra de talha do interior.
De acordo com o Iphan, o templo tem três grandes janelas, com guarda-corpo de mármore trabalhado, encimados por nichos com estátuas de São Bernardo e Santo Adriano, procedentes de Lisboa. Entre os dois, há um medalhão de mármore trabalhado representando a coroação da Virgem, encontrado em escavações realizadas no terreno.
Há também um frontão triangular com torre de mármore substituindo a original, destruída por uma bala de canhão durante a Revolta da Armada em 1893. A fachada conta ainda com um relógio e, na torre, o mais antigo carrilhão por música da cidade. O templo com foi tombado em 1938 com a inscrição no Livro do Tombo Histórico do Instituto.
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