Turistas registraram imagens de uma água escura que avançou sobre a área da Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de quarta-feira (8). Segundo testemunhas, a água seria de esgoto e lixo das galerias que desembocam na praia.
Ambientalistas acreditam que a poluição avançou sobre Copacabana após as fortes chuvas que atingiram a cidade. Banhistas dizem que a poluição do local é frequente nessa época de chuvas.
Em imagens compartilhadas nas redes sociais é possível ver a água próxima da areia e uma espuma branca. Segundo ambientalistas, o líquido é tóxico e pode poluir outras áreas da praia.
O caso atrapalhou o professor de natação Fábio Iskandarian, de 41 anos. Ele precisou cancelar as aulas de sua turma após a poluição da água.
"Quem andar no calçadão você não vê, mas se entrar na areia, consegue ver. Quando tem um evento de chuva muito forte, toda água que vem das encostas, comunidades e da rua mesmo anda por baixo dessas galerias e desemboca nessas saídas de água. Essas saídas de água são muito sujas, são antigas e nunca teve nada que pudesse escoar água tratada para o fundo do mar", explicou, em entrevista ao jornal o Dia.
"Toda vez que tem esse problema, essa galeria se rompe, eles passam o trator ali, tampam com areia para maquiar. Num dia de sol, que não chove, as pessoas nem sabem que tem ali. Só que quando chove, a água leva a areia toda. E dessa vez foi realmente muito forte. Geralmente faz só uma língua direto para a água, mas espalhou-se pela areia inteira vindo lá do posto quatro até o Posto 5”, completa.
Em nota, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) informou que está trabalhando na limpeza da Praia de Copacabana com 26 garis e quatro encarregados. A companhia de limpeza acrescentou que é responsável pelo trato da água suja e esgoto na areia da praia.
A companhia Águas do Rio disse que uma equipe foi enviada ao local, mas que não constatou extravasamentos. Já Instituto Estadual do Ambiente (Inea), responsável pelas águas de Copacabana, informou que verificou o acúmulo de água do mar na areia em frente às ruas Souza Lima, em Copacabana, e Aurélio Leal, no Leme.
O Inea admitiu que lixo e espuma tóxica foram encontradas na água, originado pelo extravasamento das Galerias de Águas Pluviais (GAP), contrariando as informações dadas pela Águas do Rio. O instituto disse que as GAPs estão fechadas e ressaltou que o acúmulo de água na areia foi possivelmente causado pela pequena ressaca decorrente da maré de sizígia.