Preso nesta segunda-feira (16) suspeito de estuprar pelo menos duas pacientes durante cirurgias, médico anestesista Andres Eduardo Onate Carrillo, de 32 anos, também aliciava crianças pela internet para produzir material pornográfico infantil , segundo a polícia .
Segundo a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), durante a investigação a polícia encontrou mais de 20 mil mídias de abusos infantis — junto desses, três vídeos era do anestesista abusando de pacientes completamente sedadas durante as cirurgias.
O médico utilizava um perfil falso, em que simulava ser uma criança, e a partir daí se aproximava das vítimas, segundo a polícia. Logo depois, o suspeito sugeria a troca de imagens e vídeos de cunho sexual com os menores.
“Encontramos gravações de tela de seu celular com conversas com crianças que enviavam fotos e vídeos. Como esses dispositivos se apagam, ele aproveitava para gravar e armazenar o conteúdo para utilização futura”, disse o delegado que investiga o caso.
Parte desses arquivos, segundo o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil, pode ter sido obtida através da tática do grooming — quando o criminoso estabelece uma relação de confiança e cria uma ligação emocional com a criança até que ela aceite enviar material, afirmou o órgão da PF à Polícia Civil.
A polícia acredita que esse conteúdo produzido pelo médico era compartilhado na deep web - onde há distribuição desse tipo de arquivo de pornografia, mas que onde a fiscalização é mais difícil.
Nesta segunda, a Justiça expediu o mandado de prisão, busca e apreensão contra o anestesista por estupro de vulnerável. O inquérito da pornografia infantil foi remetido para a Vara Especializada em Crimes contra Criança e Adolescentes.
Andres Eduardo, que é casado, foi preso na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os policiais acordaram o médico ao lhe dar voz de prisão. Segundo a polícia, Andres Eduardo esta legal no país e com a documentação em dia.
A investigação
De acordo com a polícia, as investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal e contou com apoio da Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil.
Durante os trabalho, os agentes da Polícia Civil constataram que o médico mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos mais de 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes. Os materiais chamaram a atenção dos policiais durante a análise pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida.
Após a prisão do suspeito, a polícia espera avançar nas investigações. Os agentes estão levantando todas as unidades nas quais o médico trabalhava para tentar encontrar possíveis novas vítimas.
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