O inspetor da Polícia Civil Mário Sérgio Gonçalo Coelho e uma das marcas deixadas no corpo da vítima
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O inspetor da Polícia Civil Mário Sérgio Gonçalo Coelho e uma das marcas deixadas no corpo da vítima

Após a sessão de espancamento que teria ocorrido dentro da 74ª DP (Alcântara) contra a ex-mulher, uma técnica de enfermagem de 45 anos, o policial civil Mário Sérgio Gonçalo Coelho, de 65, lotado naquela distrital, teria dito a vítima que ninguém iria acreditar nela, após ela dizer que iria denunciá-lo. Ela conta que Mário alegava ser “influente, ter muita força” dentro da corporação.


Ainda segundo a vítima, o agente teria debochado do espancamento e dito que a família da mulher não iria acolhê-la “por medo de represálias” dele. Nesta sexta-feira (29), a Polícia Civil afirmou que afastou o suspeito de suas atividades e que ele será investigado pela Corregedoria Interna da instituição. Mário também já era investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo.


"Quando ele começou a me bater, eu falei que iria denunciá-lo. Então, ele disse que tinha muita força, conhecimento e por isso me batia dentro da delegacia. Ele afirmou também que ninguém iria acreditar em mim e que a minha família não iria me acolher por medo dele. Medo de represália", conta a mulher, que afirma ter sido atacada a tapas, socos e pauladas no último dia 17 de julho.
Tomando remédios controlados e com medo, a mulher desabafa:


"Ele é um policial e deveria impedir que uma pessoa passasse por isso. Ele me agrediu dentro de uma delegacia. Ele acreditava na sensação de impunidade".


Ao GLOBO, a vítima diz que algumas pessoas chegaram a dissuadi-la de registrar um boletim de ocorrência contra Mário Sérgio. Mas, com medo ela decidiu levar as agressões à polícia.


"Alguns amigos disseram que não era pra eu denunciá-lo. Outras me disseram que era pra eu denunciar. Então, eu fui denunciá-lo. Eu dormi três dias sentada. Eu sentia muita dor", conta a mulher.

A Justiça do Rio , a pedido da Deam, expediu uma medida protetiva contra o agente.


O GLOBO não conseguiu contato com a defesa de Mário Sérgio. Em nota, a Polícia Civil afirmou que “não procede a informação de que o fato aconteceu no interior da delegacia”. Segundo o comunicado, “as investigações estão em andamento na Deam de São Gonçalo. Em paralelo, a Corregedoria-Geral de Polícia Civil também instaurou procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor, que foi afastado da função”.

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