O empresário paulista Antônio Marcos Dalcin é um dos alvos da operação na cidade paulista de Rio Claro
Reprodução - 14.06.2022
O empresário paulista Antônio Marcos Dalcin é um dos alvos da operação na cidade paulista de Rio Claro

A Polícia Civil realiza, na manhã desta terça-feira, a segunda fase da operação Resina, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em simular roubos de cargas no Rio e desviar o material em seguida. A ação conta com agentes da 61ª DP (Xerém), 105 (Petrópolis) e do Ministério Público estadual. O objetivo é cumprir 21 mandados de busca e apreensão no Rio e também em São Paulo. A ação tem como foco os empresários que são suspeitos de comprar os materiais falsamente roubados.

Na cidade paulista de Rio Claro, o empresário paulista Antônio Marcos Dalcin é um dos alvos. Ele é investigado por receptar toneladas de resina desviadas da empresa CPR Indústria de Comércio e Plástico, na Baixada Fluminense, com a simulação de que tinham sido roubadas. Dalcin não tem passagens pela polícia. Além do desvio de resina, a operação desta terça tem como foco o combate ao crime de receptação de ferro, alumínio e aço. São cumpridas buscas em estabelecimentos comerciais e nas residências dos sócios das respectivas sociedades.

De acordo com informações da polícia, dois dias antes da deflagração da primeira fase da operação, ocorrida no dia 1º deste mês, os investigados noticiaram falsamente na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) um crime de roubo de carga de vergalhão que teria ocorrido na divisa entre os Municípios de Duque de Caxias e Petrópolis.

A investigação demonstrou que se tratava de uma farsa e a carga de aço, avaliada em R$ 150 mil, foi destinada a empresários da Zona Oeste do Rio. Os investigados são suspeitos de envolvimento ainda em outras fraudes relacionadas a aço, alumínio e ferro, ocasionando um prejuízo ao setor de 2 milhões de reais. A estimativa é de que o grupo tenha forjado cerca de 20 roubos que não ocorreram.

Os criminosos utilizavam variadas plataformas de anúncios de frete pela internet para escolher os alvos. Nos sites, interessados em fazer o transporte solicitam o serviço para terceiros. Motoristas e donos de caminhão que faziam parte do esquema aceitavam o serviço e simulavam o assalto. Era feito registro de ocorrência e a carga, desviada para o empresários investigados.

No município do Rio, são cumpridos mandados de busca e apreensão na Zona Oeste, em bairros como Sepetiba, Campo Grande, Cosmos, Santa Cruz e Guaratiba. Também há mandados em Icaraí, no município de Niterói. Em São Paulo, as buscas são em Rio Claro e tem o apoio da polícia paulista.

Golpes mesmo com investigação em curso

A ousadia da quadrilha era tão grande que a polícia encontrou provas de que mesmo cientes de que estavam sendo investigados, os suspeitos mantinham o esquema criminoso. Ao saber que os investigadores focavam inicialmente no desvio de resina, eles passaram apenas a evitar fazer o transporte do material.

Em uma conversa encontrada em um dos telefones apreendidos na primeira operação, um motorista investigado, identificado como Luiz Claudio, avisa a um dos comparsas, Orivaldo, que não pegaria o serviço indicado. "Esse é resina. Vou passar esse", escreveu pelo WhatsApp. A conversa foi achada no celular de Orivaldo.

Luiz Claudio e Orivaldo foram alvo da primeira fase da operação. Durante a ação da polícia, Orivaldo chegou a esconder o telefone celular numa caixa d'água, mas os agentes localizaram o aparelho.

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