Ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista
Marcos Oliveira / Agencia Senado
Ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da trama golpista

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ainda não descartou a possibilidade de transferir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda.

A informação, atribuída a auxiliares do ministro, foi publicada pela CNN Brasil, nesta quinta-feira (27).

Segundo essas fontes, a manutenção da prisão de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal de Brasília (DF), onde o ex-presidente já cumpria prisão preventiva desde sábado (22), depois que violou a tornozeleira eletrônica, foi uma decisão de Moraes para evitar tumulto com uma eventual mobilização de apoiadores.

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Auxiliares de Moraes revelaram que a ideia inicial do ministro era enviar Bolsonaro para a Papuda logo após a declaração do trânsito em julgado do processo, uma vez que a condenação imposta pela Primeira Turma da Corte já previa o regime inicial fechado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, nor portão da sede da PF, neste domingo (23)
Reprodução/Folha de SP
O ex-presidente Jair Bolsonaro, nor portão da sede da PF, neste domingo (23)


Contudo, o relator da ação penal mudou sua estratégica a partir da prisão preventiva.

Moraes passou a considerar que, naquele momento, seria melhor manter Bolsonaro na PF e simplesmente declarar o início da execução da pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

As fontes revelaram ainda que ministro ouviu interlocutores da PF que concordaram com a manutenção da prisão.

A avaliação de interlocutores do relator é de que ele optou por “impor derrotas graduais” a Bolsonaro: o uso de tornozeleira, a prisão domiciliar e depois a prisão preventiva.

A execução da pena na Papuda viria na sequência.

Ainda segundo a CNN Brasil, o auxiliar de Moraes apontou a possibilidade de futuramente transferir o ex-presidente para a Papuda num trecho da decisão do ministro, publicada na terça-feira (25).

O relator escreve que “enquanto o custodiado permanecer na Superintendência Regional da Polícia Federal”, a PF deverá seguir a portaria que fixa as diretrizes para visitas individuais e controladas.


A palavra “enquanto” seria um indicativo de que a situação é temporária.

Uma das hipóteses seria transferir Bolsonaro para a Papuda apenas depois que o Superior Tribunal Militar declarar a perda da patente de Bolsonaro, como consequência da condenação.

O julgamento é previsto para ocorrer somente em 2026. Se a fonte estiver certa, Bolsonaro deverá passar Natal e Ano Novo na sede da Polícia Federal.


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