
Uma explosão durante um teste de rotina marcou mais um revés nos planos de Elon Musk para levar a humanidade ao espaço. Na noite desta quarta-feira (18), o protótipo Starship 36, da SpaceX, sofreu uma falha catastrófica e explodiu nas instalações da empresa em Boca Chica, no sul do Texas, perto da fronteira com o México.
Um vídeo exibe o momento em que a megaestrutura, ainda presa ao braço de lançamento, é envolvida por uma bola de fogo logo após um clarão.
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Segundo a SpaceX, a explosão aconteceu enquanto a nave se preparava para um teste conhecido como "static fire", quando os motores são acionados com a estrutura ainda ancorada ao solo, para evitar uma decolagem não programada. A empresa classificou o episódio como uma “anomalia significativa” e informou que todos os funcionários estavam em segurança, sem registro de feridos.
“Uma área de segurança ao redor da base foi mantida durante toda a operação. Não há riscos para moradores das comunidades próximas, mas pedimos que ninguém tente se aproximar enquanto as equipes trabalham na estabilização do local” , disse a SpaceX nas redes sociais.
A Starship, com 123 metros de altura, é atualmente o maior e mais potente foguete do mundo. Parte central do projeto de colonização de Marte idealizado por Musk, o veículo é projetado para ser totalmente reutilizável e tem capacidade para transportar até 150 toneladas de carga.
Esta não foi a primeira falha recente da SpaceX com a Starship. Em maio, um protótipo explodiu sobre o Oceano Índico, após problemas durante o voo. Antes disso, outros testes também terminaram em destruição, incluindo o colapso da segunda etapa do foguete sobre o Caribe. Na ocasião, o primeiro estágio, conhecido como Super Heavy Booster, também explodiu antes de completar a manobra de pouso no Golfo do México.
Apesar das perdas, a SpaceX mantém sua política de “falhar rápido e aprender rápido”, estratégia que tem permitido avanços em tecnologias de lançamento e recuperação de foguetes. A empresa já conseguiu, por três vezes, capturar o Super Heavy em pleno retorno, usando os braços robóticos da torre de lançamento, uma manobra que pode ser crucial para reduzir custos e acelerar o cronograma de voos.
A Agência Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos autorizou, em maio, o aumento do limite anual de lançamentos de Starships de cinco para 25. A decisão contrariou grupos ambientalistas, que temem riscos para espécies como tartarugas marinhas e aves costeiras da região.