
Duas pessoas foram presas em flagrante, nesta segunda-feira (26), pela Polícia Civil do Estado de Santa Catarina , durante cumprimento da operação Reação Adversa, deflagrada em três municípios de Santa Catarina e no estado do Goiás.
A investigação começou após a denúncia de uma vítima que sofreu complicações graves após usar uso de Ozempic falso e teve que ser hospitalizada.
O objetivo da ação foi desarticular um grupo criminoso especializado em falsificar, adulterar e comercializar anabolizantes e medicamentos de alto valor, entre eles o Ozempic, medicamento injetável indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, que atua reduzindo os níveis de glicose no sangue, e também muito utilizado no tratamento de obesidade.
“No lugar do medicamento, esse grupo colocava insulina na caneta injetável. Vítimas foram hospitalizadas por conta da queda abrupta da glicemia, correndo risco de morte”, explicou o Delegado Jeferson Prado, da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro (DLAV/Deic) , responsável pelo caso.
As buscas foram cumpridas em Catalão, no estado de Goiás, e em Santa Catarina, nas cidades de Jaraguá do Sul, Barra Velha e Canoinhas. Os detidos estavam em Catalão e Jaraguá do Sul.
Assista abaixo o vídeo do delegado, com mais detalhes da operação.
Ação dos investigados
Além disso, segundo os policiais, os investigados comercializavam anabolizantes, remédios abortivos e outros medicamentos não legalizados pela legislação brasileira.

O grupo criminoso obtinha medicamentos vencidos, removia as datas de validade reais e adulterava a embalagem com datas ainda válidas. Uma gráfica participava na produção de caixas idênticas às originais dos medicamentos falsificados.
A comercialização ocorria principalmente através de redes sociais, por preços abaixo dos valores praticados no mercado.
Com a operação, veículos de luxo e imóveis adquiridos com o lucro ilícito foram apreendidos e indisponibilizados para posterior reparação às vítimas.
Segundo o delegado Prado, além de responderem pelo artigo 273 do Código Penal Brasileiro , que pune a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, com pena de reclusão de 10 a 15 anos, além de multa, os investigados poderão responder ainda por tentativa de homicídio com dolo eventual.
A Polícia Civil de Santa Catarina ainda orienta as pessoas que fizeram aquisição desse tipo de medicamento ou de anabolizantes para não fazer uso. E, em caso de ter passado mal após o uso, é importante procurar a delegacia para fazer o registro.
A operação desta segunda-feira contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás, do Laboratório de Tecnologia em Lavagem de Dinheiro da DEIC e das DICs de Canoinhas e de Campos Novos .