Estudantes de vários cursos da PUC-SP ocupam o campus Perdizes da universidade, na Zona Oeste da capital paulista , desde a noite da última quarta-feira (21).
De acordo com os Centros Acadêmicos , coletivos e entidades que lideram a mobilização, o protesto se dá em razão de casos de "racismo acadêmico e precarização das condições de permanência estudantil".
Nesta sexta-feira (23), um rato foi visto andando pelas mesas do restaurante da unidade.
Os alunos que ocupam a unidade também denunciam casos de racismo por parte de colegas e de docentes.
"A mobilização denuncia a negligência estrutural da universidade e o silenciamento diante de violências e opressões cotidianas que atravessam classe, raça e gênero" , diz nota assinada por quatro coletivos estudantis da universidade.
Reintegração de posse
Nesta sexta-feira (23), em resposta ao pedido de reintegração de posse dos prédios da universidade apresentado pela Fundação São Paulo , a Fundasp, mantenedora da PUC, a Justiça de São Paulo , por meio de liminar, determinou que a ocupação dos estudantes seja desmobilizada.
O juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível da capital, autorizou, inclusive, o uso de força policial para o cumprimento do mandado.
A liminar ainda estabelece uma multa diária de R$ 100 mil caso os manifestantes não deixem o local.
Nas redes sociais, os coletivos afirmam que vão resistir e seguem divulgando as denúncias e reivindicações.
“Por uma PUC democrática, antirracista, antifascista , anti homofobia, machismo e aporofobia. Isso é PUC de verdade, não o que a Fundação São Paulo tenta fazer da nossa universidade, não o que a Reitoria legitima”, declaram em postagem.
“Estamos aqui reunidos pacificamente e a ocupação segue no final de semana, mesmo com as tentativas da Fundasp de nos intimidar com a polícia militar”, destacam ocupantes em outra manifestação nas redes sociais.
O Portal iG conversou neste sábado com integrantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CASC ), que representa os cursos de História, Ciências Sociais e Ciências Socioambientais.
Eles estão cientes da possibilidade da entrada da polícia, mas afirmaram que a mobilização continua.
"A qualquer momento podemos ter uma invasão polícial. A nossa ocupação e movimentação é pacífica, não respondemos com violência, mas não baixaremos a cabeça e não vamos abandonar a causa"
, afirmou um dos integrantes..
Reivindicações
Entre as reivindicações do grupo que ocupa a universidade estão a implantação de formação antirracista obrigatória, a criação de um canal de denúncia de casos de racismo, cotas para pessoas trans , ampliação para duas refeições gratuitas a bolsistas, congelamento ou redução das mensalidades e ampliação de bolsas estudantis .
O Portal iG tentou entrar em contato com a Fundasp, mas, até o momento, não obteve retorno.