
Kiraz, uma das gêmeas siamesas levadas de São Paulo a Goiânia para uma cirurgia de separação, faleceu aos 1 ano e 6 meses de idade, conforme informou o pai nesta segunda-feira (19). Ela e a irmã Aruna foram submetidas ao procedimento no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), sob os cuidados do cirurgião Zacharias Calil.
Separação de Kiraz e Aruna mobilizou 60 profissionais em cirurgia de 19 horas
A cirurgia que separou as gêmeas siamesas Kiraz e Aruna mobilizou uma força-tarefa de 60 profissionais da saúde e durou 19 horas no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. Liderado pelo cirurgião pediátrico e deputado federal Zacharias Calil, o procedimento foi realizado entre os dias 10 e 11 de maio e é considerado um dos mais complexos da carreira do médico.
As irmãs, de um ano e seis meses, nasceram unidas pelo tórax e pela bacia, compartilhando órgãos como fígado, intestino, bexiga e genitália.
As gêmeas foram diagnosticadas como siamesas isquiópagas triplas, uma condição rara em que os bebês nascem com três pernas e estruturas pélvicas unidas. A operação começou pela separação do tórax e seguiu para as demais regiões, com destaque para a etapa ortopédica, que exigiu três horas e meia de trabalho minucioso.
Uma das pernas, compartilhada pelas duas, precisou ser sacrificada para possibilitar o fechamento das áreas abertas. O fígado foi apontado como o órgão de maior complexidade na separação, devido ao risco de hemorragias intensas.
Após a separação, teve início a fase de reconstrução, que utilizou expansores de pele implantados nos meses anteriores. A técnica permitiu cobrir adequadamente as estruturas expostas.
As meninas permaneceram internadas na UTI, sob monitoramento intensivo, enquanto enfrentavam o delicado processo de recuperação pós-operatória. O hospital informou que o estado das crianças era estável, mas exigia cuidados redobrados devido à complexidade do procedimento.