O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reuniu-se com prefeitos da região metropolitana para discutir providências sobra o apagão
Paulo Pinto/Agência Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reuniu-se com prefeitos da região metropolitana para discutir providências sobra o apagão

Os moradores da Grande São Paulo enfrentam quase 100 horas sem energia elétrica nesta terça-feira (15). Segundo informações da Enel, 158 mil imóveis ainda permanecem sem luz, sendo que cerca de 28 mil dessas ocorrências estão relacionadas ao  temporal que atingiu a região na última sexta-feira (11).

A Enel informou que suas equipes estão trabalhando desde o início da tempestade para restabelecer o serviço aos clientes afetados. 

“As equipes atuam, desde os primeiros momentos da tempestade de sexta-feira, no restabelecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço afetado e para aqueles que ingressaram com chamados ao longo dos últimos dias”, disse a empresa

Diante da situação, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reuniu-se com prefeitos da região metropolitana e, em coletiva de imprensa, anunciou a entrega de uma carta pedindo intervenção federal no contrato de concessão da Enel. O documento foi entregue ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, relator de dois processos que analisam os apagões em áreas atendidas pela distribuidora de energia no estado.

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O primeiro processo aborda a postura do governo federal ao cobrar explicações da Enel sobre apagões anteriores.

O segundo analisa representação do subprocurador-geral do Ministério Público ao TCU, Lucas Rocha Furtado, para apurar omissões da Enel.

Tarcísio afirmou que a intervenção é necessária para abrir caminho à extinção do contrato com a empresa, que, segundo ele, "se mostrou incapaz de prestar um serviço de qualidade no Estado de São Paulo". De acordo com o contrato da Enel, a intervenção pode ser realizada em casos de prestação inadequada de serviços, e precisa ser determinada por decreto presidencial.

"A intervenção é fundamental porque a empresa não está fazendo o que cabe porque não quer ter despesa com operações simples, essa é a realidade. Por que a empresa não fez o que deveria? Porque ela não queria gastar dinheiro. Esse vira o papel do interventor, que pode determinar as despesas a serem feitas. Então a sugestão que a gente faz é urgente ou na próxima chuva a gente vai estar aqui passando pelo mesmo problema", ressalta Tarcísio.


Prejuízos ultrapassam R$ 1,65 Bilhão

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgou um levantamento que estima os prejuízos econômicos decorrentes da falta de eletricidade em R$ 1,65 bilhão . Esse valor considera o faturamento que empresas dos setores de varejo e serviços deixaram de registrar desde o apagão.

A Federação informou que, apenas no varejo, as perdas já somam R$ 536 milhões, enquanto o setor de serviços acumula prejuízos de R$ 1,1 bilhão.

A FecomercioSP também criticou a situação em São Paulo, destacando que a maior metrópole do Brasil não pode sofrer com cortes constantes de energia. 

“Para a FecomercioSP, é inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra com constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses. Pior do que isso, a cidade não pode ficar tanto tempo sem eletricidade em meio a esses episódios", diz a nota da entidade.

Além disso, a federação relatou que muitas empresas estão tendo que recorrer a medidas emergenciais, como a locação de geradores e contratação de mão de obra extra, para manter suas operações funcionando, o que aumenta ainda mais os custos.

Impactos no cotidiano

Além das perdas econômicas, o apagão tem causado transtornos à população. Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram devido aos efeitos do temporal na Grande São Paulo. Diversos bairros ainda enfrentam dificuldades, com semáforos apagados e quedas de árvores que dificultam a mobilidade urbana. A Prefeitura de São Paulo registrou 386 ocorrências de queda de árvores até segunda-feira (14), e 49 delas ainda aguardam a intervenção da Enel para que as equipes municipais possam atuar.

A crise energética afeta também o setor educacional: 150 escolas foram atingidas pelo apagão, sendo que 68 ainda estão sem energia, conforme dados da Secretaria Estadual de Educação.

A Enel se comprometeu a restabelecer o fornecimento de energia a todos os clientes nos próximos três dias, conforme acordo firmado com a Aneel, e está utilizando 500 geradores para atender serviços essenciais, como hospitais e clínicas.

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