Marçal votou com boné com sua inicial
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Marçal votou com boné com sua inicial

O presidente nacional do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, disse neste domingo (6) que o laudo falso apresentado pelo candidato do partido à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, foi um "erro". O documento, comprovadamente falso, atribuía ao rival na corrida eleitoral, Guilherme Boulos, um surto por uso de cocaína. 

A informação foi repassada por Alves à jornalista Daniela Lima, da Globonews.

Marçal ficou de fora do segundo turno das eleições na capital paulista. Com 28,14%, o ex-coach ficou atrás de Boulos, que teve 29,05% e do atual prefeito Ricardo Nunes, com 29,49%.

Além disso, Luiz Teixeira da Silva Júnior, dono da clínica que assina o  laudo falso apresentado pelo candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, se pronunciou neste domingo (6) sobre o documento e disse que nunca atendeu Guilherme Boulos. A nota foi enviada à GloboNews. 

Ele diz que esperou o final do horário da votação em respeito ao processo eleitoral, mas diz que não possui "qualquer envolvimento na elaboração do laudo referente a Guilherme Boulos. Esclarece que nunca trabalhou com o Dr. José Roberto Souza", cuja assinatura foi utilizada indevidamente e que está morto, e que "jamais atendeu Guilherme Boulos em sua clínica. Diz que os dados dele foram usados sem o seu consentimento por pessoa desconhecida". Ele diz que "vai esclarecer os fatos nos autos da investigação" e que "afirma que está à disposição das autoridades". 

O que aconteceu

Na última sexta-feira (4), Marçal publicou em seu Instagram um receituário médico falso que alegava que Boulos apresentava “um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, tentando vincular isso a um suposto uso de cocaína, o que foi prontamente negado pelo candidato do PSOL.

"O dono da clínica do documento que ele publica tem vídeo com Pablo Marçal, é apoiador dele. Ele falsificou um documento com um CRM de um médico que faleceu há dois anos para que ninguém fosse responsabilizado", afirmou Boulos em uma transmissão ao vivo na sexta-feira (5).

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinou, na manhã deste sábado (5), a remoção imediata de vídeos nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube que mencionavam o laudo falso criado por Marçal, especialmente considerando a proximidade das eleições municipais.

Essa decisão foi tomada em resposta a contestações apresentadas pela campanha de Guilherme Boulos ao TRE de São Paulo. A defesa do candidato protocolou uma notícia-crime solicitando a prisão de Marçal, além de medidas como a apreensão de materiais e a quebra de sigilo telefônico e telemático. Nas redes sociais, Boulos desmentiu as alegações do laudo falso.

O magistrado Rodrigo Marzola Colombini, do TRE de São Paulo, ao analisar o caso, concluiu que "há plausibilidade nas alegações [da defesa de Boulos], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica com Pablo Marçal, o fato de que o documento médico foi assinado por um profissional já falecido e a divulgação dessas informações, que ocorreu na véspera das eleições".

A Polícia Federal iniciou um inquérito para apurar o  laudo médico falso que o influencer Pablo Marçal (PRTB) divulgou, com a intenção de associar, sem qualquer evidência, o candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) a um suposto uso de drogas. As investigações estão em andamento, e peritos federais estão examinando as inconsistências no documento compartilhado nas redes sociais por Marçal, que deverá ser intimado a prestar depoimento. 

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