
Antes de ser assassinada em junho de 2010, Eliza Samudio revelou a uma amiga que queria voltar a estudar e que temia as ameaças do ex-goleiro Bruno Fernandes, pai do filho dela e mandante confesso de sua morte. As novas informações foram divulgadas no documentário da Netflix sobre o caso, intitulado "A vítima invisível: o caso Eliza Samudio" e já disponível no serviço de streaming.
"Vou fazer supletivo a distância. Jamais vou encher o saco dele, tu sabe. Quero só paz para cuidar do meu filho e estudar... Viver minha vida sem medo. Quero terminar logo os estudos para fazer faculdade. Tomara que até la eu já tenha resolvido as coisas com o pai do meu filho. Depende da Justiça", revelou a vítima em uma das mensagens.
O longa aborda o caso que chocou o país há 14 anos sob a perspectiva da vítima, familiares e amigos. O título sugere que Eliza foi colocada como 'invisível' pelas autoridades da época, a quem ela chegou a pedir ajuda antes de ser morta, e pela cobertura midiática.
Ainda grávida, Eliza pediu medida protetiva contra Bruno, e afirmou à polícia que o então goleiro do Flamengo, junto de seus amigos “Russo” e “Macarrão”, a haviam mantido em cárcere privado e a obrigado a tomar substâncias abortivas.
Na época, a jovem sofreu ataque da população e foi rotulada como oportunista, aproveitadora e "Maria chuteira". Os ataques continuaram após o nascimento da criança, uma vez que Eliza chamava a atenção da imprensa ao exigir o direito de receber uma pensão alimentícia do jogador, que negava a paternidade.
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Últimos momentos
O documentário também revela os últimos momentos de Eliza antes de ser assassinada. Em uma mensagem a um amigo, ela revela que o ex-goleiro a chamou para conversar sobre a pensão alimentícia e a promessa de um apartamento.
"Ele disse que quer tentar fazer diferente, que temos que viver em harmonia pelo nosso filho", contou a modelo a um amigo.
Relembre o caso
A jovem modelo Eliza Samudio desapareceu em 2010, aos 25 anos, e seu corpo nunca foi encontrado. Ela era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e estava prestes a ser escalado para a seleção nacional. Bruno não reconhecia a paternidade, mas um exame de DNA comprovou a paternidade.
Segundo a investigação, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a modelo foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, não encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
O ex-goleiro Bruno, hoje com 39 anos, foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza, além do sequestro do filho Bruninho. Ele atuava no Flamengo, na época. Desde janeiro de 2023, está em liberdade condicional.
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