Na terça-feira (10), uma operação coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo resultou na prisão de Elaine Souza Garcia, conhecida como "Patroa" , e Delvane Pereira Lacerda, apelidado de "Pantera". Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), elas eram responsáveis por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e execuções da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
A ação, denominada Operação Baal, visou desarticular uma das maiores facções criminosas do Brasil, o PCC, e foi focada na modalidade de roubo a bancos conhecida como "novo cangaço", onde criminosos tomam o controle de cidades para realizar assaltos.
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Elaine e Pantera foram detidos após investigações que revelaram suas atividades criminosas, incluindo planos para eliminar adversários e operações de tráfico de drogas e armas. O MP-SP formalizou denúncias contra 18 indivíduos ligados à organização criminosa. Pantera era responsável pela coordenação do tráfico de drogas e armas e pela execução de rivais, e ele e seu irmão, Fleques Pereira Lacerda, foram os responsáveis por expandir a atuação da facção para o estado do Piauí.
A denúncia contra Elaine Garcia foi aceita pela Justiça em agosto. Ela é acusada de envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro da facção. Conversas entre Elaine e Pantera, obtidas durante a investigação, mostram discussões sobre a execução de inimigos e detalhes sobre suas atividades criminosas, incluindo uma troca de mensagens onde Pantera relata ter matado dois homens como retaliação pela morte de seu irmão.
Elaine e Pantera usavam o WhatsApp para planejar e discutir suas ações ilícitas. Em uma das conversas, Pantera menciona a aquisição de “uma tonelada de droga” e discute com Elaine sobre sua atuação no tráfico no Piauí. O MP-SP afirma que Elaine controlava o fluxo financeiro ilícito da organização, com uma terceira pessoa responsável pela lavagem do dinheiro e pela atualização de Elaine sobre os movimentos financeiros.
A Operação Baal, em sua segunda fase, foi realizada com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-SP e focou em São Paulo e na cidade de Buri, no interior do estado.
Entre os alvos da operação, está um membro de facção que estava foragido desde 2005 e foi preso recentemente em outra investigação conduzida pelo Gaeco de Campinas. Durante a ação, foram apreendidos armamentos, munições, roupas camufladas e outros itens utilizados em atividades criminosas.
A primeira fase da Operação Baal, realizada em maio, resultou em denúncias contra 18 pessoas, que agora enfrentam processos judiciais e, se condenadas, poderão ter que pagar indenizações de R$ 5 milhões cada uma por danos morais à coletividade. A investigação teve início após uma tentativa de roubo a uma base de valores em Confresa (MT) em abril de 2023, onde vários criminosos foram capturados ou mortos. Entre os envolvidos, havia um membro da facção que residia em São Paulo, e vídeos subsequentes mostraram um criminoso ensinando técnicas de tiro a outro membro da organização.
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