Ex-assessora de deputada federal Erika Hilton sofreu assédio dentro de ônibus no litoral de SP
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Ex-assessora de deputada federal Erika Hilton sofreu assédio dentro de ônibus no litoral de SP

Um homem de 42 anos foi condenado a um ano, cinco meses e 23 dias de prisão em regime inicial fechado por importunação sexual contra Pauleteh Araújo, ex-vereadora de São Sebastião e ex-assessora da  deputada federal Erika Hilton (PSOL), e outra mulher grávida. O crime ocorreu dentro de um ônibus na Rodovia Manoel Hipólito Rêgo, em  Bertioga (SP), no dia 27 de outubro do ano passado.

Imagens obtidas pelo g1 mostram o homem se masturbando dentro do ônibus, oferecendo R$ 100 para que Pauleteh tocasse nele e tentando se sentar ao lado dela. A vítima chegou a pedir que ele não se aproximasse, conforme mostrado em um vídeo divulgado pelo portal.

O homem afirmou à polícia que se interessou em transar com Pauleteh e ofertou dinheiro acreditando que esse seria o "trabalho" dela. Ele também mencionou ter colocado o órgão genital para fora e ido ao banheiro achando que ela o seguiria, mas Pauleteh não o fez e ele foi preso.

A sentença foi proferida na última terça-feira (6). A juíza Jade Marguti Cidade, do Foro de Bertioga, destacou que a versão do réu não condiz com os depoimentos das vítimas e testemunhas, além de ter sido filmado e fotografado cometendo o crime. O artigo 215-A do Código Penal tipifica a prática de atos libidinosos contra alguém sem o devido consentimento, e a juíza afirmou que as provas não deixam dúvidas sobre a culpabilidade do réu.

“Apesar da versão apresentada pelo réu em juízo, que visava se livrar da responsabilidade criminal, ela não convence. Não há qualquer indício de que o réu fosse inimputável na data dos fatos, e o consumo de álcool e remédios não justifica a prática de um crime gravíssimo e repulsivo”, declarou a juíza.

Versão da vítima

Pauleteh Araújo contou que estava retornando de Bertioga a São Sebastião após uma consulta médica e percebeu o comportamento estranho do homem assim que entrou no ônibus. Ela mencionou ter cumprimentado o homem, pensando que ele pudesse conhecê-la de algum lugar, mas logo percebeu que ele estava tentando se aproximar e tocar nela. Ela pediu para que ele se afastasse e ameaçou agredi-lo caso ele não obedecesse.

Pauleteh relatou que o homem começou a se masturbar e ofereceu dinheiro para que ela tocasse nele. Ela ficou revoltada com a situação e procurou o motorista do ônibus, que parou o veículo próximo a um posto da Polícia Militar Rodoviária. O homem foi preso em flagrante após a chegada da polícia.

Além de assediar Pauleteh, o réu também puxou o cabelo e passou a mão nas pernas de uma mulher grávida que estava com duas crianças no ônibus. A mulher grávida informou que pediu para que ele parasse de puxar seu cabelo.

Pauleteh lamentou ter passado por uma situação semelhante no passado, mas nunca com a gravidade e explicitude deste incidente. Ela expressou sentimento de impotência e revolta, mas também afirmou a importância de não permitir que tais abusos ocorram.

“Fiquei desesperada com a situação, mas sei da minha responsabilidade como pessoa pública e mulher em não permitir que esse tipo de abuso aconteça”, declarou Pauleteh.

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