A Polícia Civil de Mato Grosso reuniu uma série de pistas para chegar aos responsáveis pela morte de Raquel Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). Raquel foi encontrada morta com ao menos 30 facadas no sítio onde morava em Nova Mutum, a 269km de Cuiabá, em 18 de julho.
Entre as pistas, os agentes identificaram uma pegada, digitais e um frasco de perfume. As pistas os levaram até Romero Xavier, o ex-marido da vítima e suspeito de ser o mandante e o irmão dele, Rodrigo, que teria executado o crime. Ambos foram presos na última quarta-feira (24).
Durante a prisão de Rodrigo, os agentes verificaram que a bota que ele calçava naquele momento tinha a pegada equivalente à encontrada na TV que foi quebrada na casa da vítima no momento do assassinato. Segundo a polícia, o suspeito deixou o sítio de Raquel revirado para simular um latrocínio.
Além da pegada, outra pista atribuída a Rodrigo foi o conjunto de digitais deixadas na janela arrombada da casa.
As equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Regional encontraram outras provas na casa de Rodrigo — como o perfume, um cinto, um aparelho de som e uma faca de Raquel. Ele confessou o crime ao ser questionado.
"Na casa dele [Rodrigo] nós vimos um frasco de perfume e questionamos de onde seria. Ele se mostrou bem nervoso com a nossa presença. Em seguida nós pedimos que ele mostrasse a sola da bota, que vimos que era a mesma que deixou marca na TV", disse o delegado Guilherme Pompeo.
Fim da relação entre Raquel e Romero aproximou os irmãos
Segundo a polícia, até término da relação com Raquel, Romero era afastado do irmão. Os dois passaram a trocar mensagens e a se encontrar após fim do casamento.
À polícia, Rodrigo disse que o irmão o pagou R$ 4 mil para cometer o crime. O dinheiro seria usado para dar entrada em um carro que ele queria comprar.
O crime
Segundo a polícia, Romero chegou a almoçar com o ex-sogro, o deputado Cattani, no dia do crime. Antes disso, deixou o irmão nas proximidades do sítio de Raquel e levou os filhos do casal para Tapurah, para criar um álibi.
Ainda de acordo com a polícia, Romero chamou algumas pessoas com quem tinha pouca convivência para beber e assar carne na tarde do dia 18 de julho, além de ter frequentado três boates em Tapurah na parte da noite. Para a corporação, o comportamento aponta a tentativa de criar o álibi de que estaria na cidade.
Por volta das 20h do dia 18, Raquel chegou em casa e foi esfaqueada pelo ex-cunhado. Ela morreu ainda no local. Em seguida, Rodrigo levou alguns objetos dela, quebrou a televisão e levou a moto da vítima para Lucas do Rio Verde.
O ex-cunhado jogou a motocicleta, o celular e a faca em um rio da região. A polícia encontrou a moto nesta quinta-feira (25) a cerca de 130 km da casa da vítima.
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