Fernando Sastre teve prisão decretada pela Justiça, mas não foi encontrado
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Fernando Sastre teve prisão decretada pela Justiça, mas não foi encontrado

Os advogados de Fernando Sastre de Andrade Filho,  dono do Porsche que matou um motorista de aplicativo em São Paulo no mês de março, entrou com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, pedindo a liberdade do empresário. 

Sastre teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça  (TJ) de São Paulo na última sexta-feira (3), mas não foi encontrado em casa pela polícia e, desde então, é considerado foragido. 

A prisão preventiva foi decretada pelo desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, pois havia risco de reiteração da conduta.

"A ligação com atos semelhantes, mesmo instado por pessoas a não dirigir, por seu estado (indicado ainda pelo frentista, que viu o réu sair cambaleando), fazem crer na possibilidade de reiteração em descumprimento de normas", disse na decisão.

O STJ é a terceira e penúltima instância da Justiça. Até o momento, o habeas corpus não foi julgado. 

Na tarde de sábado (4), uma equipe do 30º Distrito Policial (Tatuapé) foi ao endereço do empresário na Vila Regente Feijó, na zona leste de São Paulo, com o mandado em mãos para cumprir a decisão da Justiça. Como ele não foi encontrado, o condutor do carro de luxo passou a ser considerado foragido.

A defesa do motorista do carro de luxo alega que as medidas anteriores, como suspensão da CNH e proibição de contato com testemunhas, eram suficientes e que a prisão preventiva é exagerada.

Fernando é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima após um acidente no qual Ornaldo Viana faleceu e Marcos Vinicius Rocha ficou ferido.

Além disso, pesou contra ele o histórico de multas por excesso de velocidade e um incidente anterior de racha na avenida Paulista.

De acordo com o Ministério Público, o empresário foi acusado de homicídio por dolo eventual e lesão corporal gravíssima, em relação ao acidente ocorrido na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, em que ele dirigia a uma velocidade de 114,8 km/h e colidiu na traseira do veículo conduzido pelo motorista de aplicativo.

Família da vítima pede justiça

Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Fernando mencionou 'desculpas', enquanto a família da vítima não percebe arrependimento. Questionado sobre o ocorrido, Fernando compartilhou seus pensamentos sobre a possibilidade de estar diante dos filhos da vítima, o motorista de aplicativo. Ele expressou considerações sobre a situação inversa, imaginando seu próprio pai sendo morto por um motorista.

"Aí eu sei que não tem nada que a outra parte pode fazer, pode me dar, me falar, que vai trazer o meu pai de volta. Mas eu sei que, talvez, eu acho que a única coisa que seria para aquele momento seria um pedido de desculpas sincero, assim, do coração, e seria isso que eu poderia dizer para eles. Pedir desculpas".

O filho da vítima fatal afirmou que o pedido de desculpas não teve "um pingo de emoção". Lucas Morais declarou ter visto a filmagem das câmeras corporais dos PMs e destacou que, em nenhum momento, Fernando ou a mãe dele perguntam como está Ornaldo.

“Para você tentar perdoar uma pessoa, você tem que sentir um arrependimento, alguma coisa nesse sentido, e eu não senti. Para mim, eles trataram o meu pai para nada. Trataram ele igual um nada”, disse Lucas Morais, em entrevista.

A prisão do empresário trouxe "alma lavada e paz" para a família, segundo o filho, que afirma ainda esperar que a Justiça seja feita.

“Ele [Fernando] tem que ficar lá [na prisão]. Meu esposo estava trabalhando, estava vindo do trabalho. E ele estava vindo de uma balada”, declarou Francilene Morais de Caldas, esposa de Ornaldo.

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