O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) mandou, na noite desta sexta-feira (3), prender preventivamente Fernando Sastre de Andrade Filho , dono do Porsche e responsável por causar o acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana , no Tatuapé, na Zona Leste da capital paulista. A decisão partiu do desembargador João Augusto Garcia.
A ordem de prisão preventiva ocorre após o Ministério Público (MP) recorrer ao TJ-SP contra a decisão da Justiça , que havia negado o terceiro pedido de prisão feito pela Polícia Civil. "Concedo a liminar pleiteada para atribuir efeito ativo ao recurso em sentido estrito e, em consequência, decretar a prisão preventiva de Fernando Sastre Filho", diz decisão do desembargador João Augusto Garcia.
Em seu pedido, o Ministério Público enfatizou que o motorista consumiu bebidas alcoólicas por cinco horas consecutivas e ignorou os pedidos dos amigos para não dirigir. O resultado foi um acidente que causou a morte de um homem e deixou outro ferido. Fernando é investigado por homicídio doloso e lesão corporal gravíssima .
O desembargador João Augusto Garcia informou vai expedir mandado de prisão. A expectativa, agora, é que a defesa de Fernando Sastre Filho entre com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ.
O acidente
Câmeras de segurança registraram o momento do acidente, que aconteceu na madrugada do dia 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste.
Segundo o MPSP, Fernando ingeriu álcool em dois estabelecimentos antes de dirigir o Porsche. A namorada e um casal de amigos tentaram tirá-lo do veículo, mas o condutor optou por assumir o risco.
Na avenida, que tem o limite de velocidade de 50km/h, o denunciado trafegou a 156 km/h, atingindo a traseira do Sandero. Dentro do Porsche havia Fernando, que se feriu somente na boca, e o amigo do motorista, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do passageiro. Ele teve ferimentos graves, foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por dez dias e teve alta médica.
A promotora reitera que o denunciado só se apresentou à autoridade policial 36 horas depois da colisão. Por isso, ela solicitou ao Juízo o "compartilhamento das provas com a Promotoria da Justiça Militar a fim de que os agentes públicos respondam pelo eventual cometimento de crime por terem cedido ao pedido da genitora do denunciado de levá-lo ao hospital", diz a nota do MPSP.
PM errou
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), as câmeras corporais dos PMs confirmaram uma falha de procedimento dos policiais no acidente.
As imagens mostram que os policiais não submeteram o motorista do Porsche ao teste de bafômetro. "A Secretaria de Segurança Pública informa que a sindicância aberta pela Polícia Militar concluiu, a partir da análise das imagens de câmeras corporais, que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao teste de alcoolemia", comunicou a SSP.
Com o resultado das imagens das Câmeras, a SSP informou que um procedimento para apurar a responsabilidade dos policiais foi aberto. Além disso, será feita uma reconstituição 3D para ajudar no trabalho de investigação.
Quer ficar por dentro das principais notícias do dia? Clique aqui e faça parte do nosso canal no WhatsApp