O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal na última quinta-feira (22).
No início da oitiva, quando preenchia o questionário de informações sociais, Bolsonaro não respondeu à pergunta se era "cisgênero" por não saber do que se tratava. Ainda antes da inquirição sobre a investigação, o ex-mandatário afirmou que sabia o significado da palavra.
A palavra "cisgênero" define pessoas que se identificam com o sexo atribuído a elas no nascimento. A defesa do ex-presidente informou que o questionamento ocorreu logo no início do depoimento, assim que Bolsonaro chegou à sede da PF em Brasília. Sobre as perguntas relacionadas à investigação, ele optou por ficar em silêncio.
Ao todo, o depoimento de Bolsonaro durou 15 minutos. Cerca de 23 pessoas foram intimadas a depor, com os questionamentos ocorrendo de forma simultânea, a partir das 14h30. Eles aconteceram em seis estados mais o Distrito Federal, sendo:
- 14 em Brasília;
- 4 no Rio de Janeiro;
- 2 em São Paulo;
- 1 no Paraná;
- 1 em Minas Gerais;
- 1 no Espírito Santo.
As oitivas fazem parta da Operação Tempus Veritatis , deflagrada há duas semanas. A determinação foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A PF informa que há "dados que comprovam” que o ex-presidente “analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento”. Segundo as investigações, um vídeo de uma reunião ministerial, em julho de 2022, traz Bolsonaro conduzindo uma conversa em que há um ataque ao sistema eleitoral, visando mantê-lo no poder.