A defesa de Marcelo Costa Câmara, tenente do Exército e ex-assessor de Jair Bolsonaro, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo depoimento para o investigado por suposto golpe de Estado. O militar compareceu à Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (22) em Brasília, acompanhado por seu advogado, Luiz Eduardo Kuntz, que também defende outro investigado, Tércio Arnaud. Durante o depoimento, Câmara optou pelo silêncio devido à presença de seu advogado com o outro cliente.
Câmara é apontado pela PF como responsável por um suposto sistema paralelo de inteligência que teria monitorado o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, durante o governo Bolsonaro. No entanto, durante o depoimento, foi levado de volta ao batalhão onde está detido devido à ausência de seu advogado.
A defesa de Câmara alega que ele não teve a oportunidade de responder às possíveis indagações devido à alegação da autoridade policial de que não havia tempo hábil para a oitiva, decorrente do depoimento de Tércio Arnaud. O advogado Luiz Eduardo Kuntz criticou a PF, descrevendo o ocorrido como algo "totalmente novo, reprovável e que não se pode admitir em um Estado Democrático Direito".
Em depoimento simultâneo à PF, aliados e o ex-presidente Jair Bolsonaro adotaram estratégias diferentes para se defender da suspeita de tentativa de golpe de Estado. Enquanto o ex-presidente e Braga Netto optaram pelo silêncio, o presidente do PL respondeu às perguntas. Ao todo, na sede da PF, foram colhidos 13 depoimentos de investigados na Operação Tempus Veritatis.