Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal (PF) sobre uma suposta organização criminosa que teria orquestrado um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a destacar o ato que convocou para o próximo domingo (25) na avenida Paulista, em São Paulo.
Em entrevista à CBN Recife, realizada nesta quarta-feira (21) na sede do PL em Brasília, Bolsonaro reiterou que o evento será um "momento pacífico, em defesa do nosso Estado Democrático de Direito", e fez um apelo às autoridades para que diminuam a pressão.
Bolsonaro já adiantou que pretende manter silêncio durante o depoimento à PF nesta quinta-feira (22). Sua defesa alega falta de acesso aos autos e à delação de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid. No entanto, o ex-presidente negou em entrevista qualquer intenção de tomar o poder à força após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que um eventual "estado de sítio", do qual é acusado de cogitar, dependeria do Parlamento brasileiro.
Bolsonaro afirmou que o ato de domingo em São Paulo será uma oportunidade para se defender das acusações e para mostrar uma "fotografia de verde e amarelo do candidato que foi derrotado em 2022". Ele enfatizou que o evento será pacífico e não terá discursos inflamatórios.
Em contraste com tom agressivo adotado em ocasiões anteriores, como no 7 de setembro de 2021, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "canalha", Bolsonaro assegurou que a manifestação de 25/2 será pacífica.
O ex-presidente também lamentou sua inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a uma reunião com embaixadores estrangeiros na qual questionou o sistema eleitoral brasileiro, ressaltando que se encontra sem direitos políticos.
Bolsonaro se queixou de perseguição política e apontou seu "capital político" como motivo para tal perseguição, destacando que não perseguiu nenhum opositor durante seu mandato.
Por fim, Bolsonaro conclamou seus apoiadores a comparecerem ao ato na avenida Paulista no domingo, enfatizando a importância de continuarem lutando contra projetos que, segundo ele, ameaçam a liberdade, como um suposto controle da mídia social.