O ministro Alexandre de Moraes
, do Supremo Tribunal Federal (STF)
, negou o pedido da defesa de Jair Bolsonaro
(PL) para não depor nesta quinta-feira (22), na sede da Polícia Federal (PF)
. Mais cedo, em petição enviada ao relator do caso, o ex-chefe do Executivo também havia informado que ele se manteria em silêncio.
Na decisão, Alexandre de Moraes afirma que a defesa já teve "acesso integral à todas as diligências e provas reunidas aos autos" e que "não há motivos para qualquer adiamento do depoimento marcado pela Polícia Federal para o dia 22 de fevereiro próximo".
Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal após os desdobramenos da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de outubro de 2022. Ao cumprir mandados de busca e apreensão, a PF encontrou uma minuta golpista dentro do gabinete do ex-presidente, na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília.
Nesta segunda-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes já havia negado um pedido da defesa de Bolsonaro para adiar o depoimento. O ex-presidente fez a solicitação alegando que não tinha acesso à integra dos autos da investigação. Moraes, porém, declarou que não há qualquer tipo de impedimento para a realização do depoimento.
"Inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos", pontuou.
Aliados de Bolsonaro na mira
Fora o ex-presidente da República, a Polícia Federal também intimiou Valdemar da Costa Neto (presidente do PL), o ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Braga Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Todos são investigados por tentar anular o resultado das eleções de 2022 e manter Bolsonaro no poder do Executivo.