O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (9) que as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes terão uma "resposta final" no primeiro trimestre deste ano.
"Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado", disse durante entrevista à Rádio CBN. "Estamos há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há cinco anos, mas com a convicção de que ainda nesse primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do Caso Marielle".
No final de dezembro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, garantiu que o caso seria "integralmente resolvido" em breve. "É um caso fundamental pelo simbolismo de defesa das mulheres, das mulheres da política e, portanto, da política", disse à época o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Relembre o Caso Marielle
Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco, filiada ao PSOL-RJ, e o motorista Anderson Gomes foram assassinados após deixarem a Casa das Pretas, na Lapa, onde a vereadora havia participado de um debate.
A vereadora foi executada com quatro tiros na cabeça, os quais também atingiram o motorista, que estava na linha de disparo. No veículo – alvejado ao todo por 13 tiros de submetralhadora HK MP5 – também estava a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu.
Em maio de 2018, após a 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal ser designada ao caso, o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, presta depoimento envolvendo o vereador Marcello Siciliano e o ex-PM Orlando Curicica no crime. O depoimento se provou falso, e Ferreirinha acabou preso em 2019, suspeito de ligação com a milícia.
No dia 12 de março de 2019, após investigação a partir de um telefonema anônimo, a Polícia Civil prende o sargento reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. Os dois são acusados pela execução de Marielle e Anderson. Na casa de um amigo de Lessa são encontrados 117 fuzis M-16 incompletos.
Em julho de 2023, Élcio de Queiroz, que segue preso desde 2019 junto a Ronnie Lessa, assina um acordo de delação premiada com a polícia, no qual dá detalhes do plano. Ele garante que foi o motorista do veículo onde Lessa realizou os disparos, e revela detalhes sobre como tentaram se livrar das provas.
Segundo o depoimento, um terceiro envolvido, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa – conhecido como "Suel" –, auxiliou no crime. Ele revela que tomou conhecimento do plano de execução em agosto de 2017, sete meses antes do assassinato ocorrer.